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“Como pode as Nações Unidas inertes diante de uma situação tão grave como a que temos hoje?”, questionou

Celso AmorimCelso Amorim (Foto: Reuters)

O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira (31), que a Organização das Nações Unidas (ONU) está enfraquecida em um dos momentos mais graves da história mundial contemporânea.

“Como pode as Nações Unidas inertes diante de uma situação tão grave como a que temos hoje?”, questionou ele na abertura do Fórum Brasil África 2023, em São Paulo.

“Hoje, vivemos uma situação muito mais grave, com a multiplicidade de atores, duas guerras, e ver a ONU enfraquecida é algo que preocupa”, disse.

O assessor da Presidência mencionou a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, que chamou de heroica ao tentar aprovar a resolução e defender todos os que sofrem na região, como também “para defender a própria Nações Unidas”.

De acordo com o assessor especial e ex-chanceler brasileiro a ameaça de destruição mostra-se muito maior que em outros momentos de crises internacionais, como o da crise dos mísseis de Cuba, em plena Guerra Fria, a disseminação do ódio e polarização não eram tão graves como no momento atual.

“Havia dentro da irracionalidade do que seria uma guerra nuclear, uma racionalidade na condução dos fatos. Telefone vermelho, dois homens, [John F.] Kennedy e [Nikita] Khrushchev, que chegaram a um acordo”, ponderou ele.

Ontem (30), Mauro Vieira, criticou a “paralisia” do Conselho de Segurança frente ao conflito entre Hamas e Israel. Para Vieira, a entidade tem “vergonhosamente falhado” para buscar soluções.

Na última semana, a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução de pedido de cessar-fogo imediato, o que foi rejeitado por Israel e Estados Unidos. O embaixador do país na entidade declarou que a organização não possuía legitimidade para interferir no conflito.

Hoje (31), as Forças de Defesa de Israel (FDI) passaram para a terceira fase da guerra com o movimento palestino Hamas, de expansão das operações na Faixa de Gaza.

O Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) anunciou que o único abastecimento de água via Israel que ainda havia na Faixa de Gaza foi completamente cortado ontem (30). Israel nega que falte água no território.

Início do conflito

A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o movimento fez um ataque surpresa com foguetes em grande escala que atingiu o território de Israel. Os militantes provocaram centenas de mortes e sequestraram centenas de judeus na região sul. A maioria ainda segue sob o poder do Hamas. Uma das regiões mais pobres do mundo, Gaza tem mais de 80% da população na pobreza e sofre um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007.

Com informações do Brasil 247

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