No Brasil, o conservadorismo no Brasil procura sustentar e levar adiante os interesses das nossas elites com as pesadas heranças do Império, ou seja, do colonialismo (a quem serve como sócia menor) e da escravidão do Império (com que espolia o nosso povo).
Pois essas forças conservadoras ainda estão sem candidato para as eleições de 2022.
Nas eleições de dezembro de 1945, elas lançaram dois generais (um mês antes derrubaram Getúlio), figuras de muito respeito, o brigadeiro Eduardo Gomes e o general Eurico Dutra.
Dutra, que ajudara a sustentar Getúlio, foi eleito, mas realizou governo de natureza conservadora, anti-trabalhista.
Nas eleições de 1950, voltaram com o brigadeiro Eduardo Gomes, mas o povo se defendeu, elegendo Getúlio.
Em 1955, após o massacre a que submeteram Getúlio em 1954, lançaram o general Juarez Távora, um dos heróis da revolução de 1930, vice-rei do Norte, pois chefiara as tropas que desde o Ceará marchavam contra o governo no Rio.
Mas o povo elegeu Juscelino e Jango (como vice) contra Milton Campos, uma das figuras mais respeitáveis do conservadorismo, proclamado homem de bem.
Quando, em 1960, essas forças conservadoras lançaram a figura turbulenta de Jânio Quadros, o povo elegeu novamente João Goulart como vice.
Não conseguindo se saír bem nas eleições, elas não titubearam e deram o golpe de 1964.
Com a redemocratização, arquitetaram os golpes do “caçador de marajás, elegendo Fernando Collor de Mello, e o do Plano Real, levando à presidência Fernando Henrique. Tudo para desmontar o Estado Nacional com as privatizações e extinções de órgãos, que, pelo menos, os militares haviam segurado.
Tudo esboroou-se.
Esses governos se desmancharam aos olhos do povo, que se recuperou e elegeu Lula duas vezes e Dilma duas vezes.
Sem o mínimo pejo, sem se corar, desencadearam outro golpe: vestiram a direita de verde amarelo e a colocaram na rua.
Com os meios de comunicação, derrubaram a presidenta Dilma, processaram Lula sem qualquer base legal, como foi proclamado pelo STF, e elegeram Bolsonaro com a mentira de que o capitão da reserva iria acabar com a corrupção no País.
O capitão revelou-se o que era, o que eles já sabiam.
Agora, estão sem rumo, à procura de um candidato.
Ciro Gomes, mais uma vez, está tentando ser esse candidato das forças conservadoras, com as qualificações de suas origens na ARENA e PSDB e de Ministro da Fazenda dos que mais trabalharam contra a economia nacional.
De lambuja, ao trabalhar nas privatizadas CSN e Vale já mostrou que é do lado deles.
Propõe-se a tirar votos de Lula, exercitando os maiores xingamentos, ofensas e mentiras.
Aí, está Doria, que não se firma com seu rosário de traições e ausência de credibilidade.
Aí, está também Eduardo Leite, a quem falta ideias e sobra a cara negativa do PSDB, agora elogiado pelo Guedes.
Aí, está ainda Mandeta, articulador da candidatura de Bolsonaro e seu ministro da Saúde que queria acabar com o SUS, até tomar o susto da pandemia.
E Sergio Moro, que está prestes a se filiar ao Podemos, segundo a mídia?
Moro poderá aglutinar algum apoio, mas a guerra contra ele será sangrenta, com muitas fragilidades. Ele e Bolsonaro se equivalem.
As forças conservadoras procuram outros candidatos, mas ninguém se firma, não conseguem superar o próprio Bolsonaro, que poderá voltar a ser o desaguadouro delas novamente.
Antes, procuraram figuras mais respeitáveis, mas com os generais e após eles…
Mas o problema real do conservadorismo, das elites e do Império não é só a falta de candidato. O problema real é o povo brasileiro.
O povo brasileiro mais uma vez se recupera e está encontrando a sua liderança natural, Lula.
Quando um povo encontra sua liderança, os caminhos se abrem e a História se faz.
Do seu lado, Lula demonstra sua consciência e responsabilidade do seu dever de liderar a nação.
Muitas correntes menosprezam o valor da liderança, mas para o trabalhismo, a liderança é o mecanismo do povo encontrar-se consigo mesmo na figura do líder, identificar-se e apontar os rumos.
O povo brasileiro vive este belo momento. Este é o problema real deles.
*Vivaldo Barbosa foi deputado federal Constituinte e secretário da Justiça do governo Leonel Brizola, no RJ. É advogado e professor aposentado da UNIRIO.
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