A deputada federal reeleita Erika Kokay (PT-DF) repudiou a ameaça feita pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) contra o jornal Folha de S.Paulo durante entrevista ao Jornal Nacional.
“Todo o autoritarismo de Bolsonaro ficou mais uma vez explícito na ameaça que fez contra a @folha no JN. Segundo ele, toda a imprensa q não se adequar a “sua verdade” não terá verba publicitária federal. Aos amigos tudo, aos inimigos o pires vazio…”, escreveu a parlamentar no Twitter. “O ‘mito’ vai derreter rápido. O despreparo, a arrogância e o autoritarismo serão os ingredientes de sua própria derrota”, acrescentou.
Bolsonaro disse nesta segunda-feira (29) que a Folha “não tem prestígio nenhum” e que “só espalha fake news”. “Não quero que ela acabe. Mas, no que depender de mim, da propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal”, ameaçou o deputado federal.
O presidente eleito ficou revoltado com uma reportagem do veículo, que, em janeiro, denunciou o trabalho de uma funcionária fantasma no gabinete dele. De acordo com a reportagem, ele usava “verba da Câmara dos Deputados para empregar uma vizinha dele em um distrito a 50 km do centro de Angra Dos Reis (RJ). A servidora trabalha em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio do deputado, na pequena Vila Histórica de Mambucaba”. Trata-se de Walderice Santos da Conceição, demitida por Bolsonaro em agosto.
A parlamentar do PT-DF também criticou a liberação do porte de armas defendida por ele. “Num País onde se matam mais de 60 mil por ano, liberar a posse e o porte de armas é uma atitude completamente irresponsável. Gente, mais armas = mais violência e não o contrário!”, disse a parlamentar no Twitter.
A congressista elencou algumas pautas do ex-capitão do Exército. “1 – fim da aposentadoria pública; 2 – armar o povo; 3 – reduzir idade penal p/ pobres p/ 14 anos; 4 – implantar a Lei da Mordaça nas escolas. Não necessariamente nessa ordem”, afirmou.
Extremista, o presidente eleito voltou a defender o porte de armas. “Um dos dispositivos do Estatuto do Desarmamento diz que o cidadão tem que comprovar a efetiva necessidade para comprar arma de fogo. (…) . Nossa orientação é que a efetiva necessidade está comprovada pelo estado de violência que vive o Brasil. Nós estamos em guerra”, disse à Globo.