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Material ainda diz que a água pode transmitir Parkinson e Alzheimer. Erros estão em conteúdos produzidos pela Secretaria de Estado de Educação, dirigida por Renato Feder

Renato Feder (à esq.) e Tarcísio de Freitas
Renato Feder (à esq.) e Tarcísio de Freitas (Foto: Flávio Florido/Seduc-SP)

Material didático produzido pela gestão Tarcísio diz que capital de SP tem praia e que Dom Pedro II assinou Lei Áurea · Parte do material digital elaborado pelo governo de São Paulo, sob a liderança do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), para ser utilizado nas salas de aula apresenta graves erros de informação em disciplinas como história e biologia, informa o UOL. O conteúdo proveniente da Secretaria de Estado de Educação, dirigida por Renato Feder, afirma erroneamente que foi Dom Pedro 2º, e não sua filha, a Princesa Isabel, quem assinou a Lei Áurea em 1888.

A informação equivocada sobre a Lei Áurea está presente nos slides de história produzidos para os estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental. Segundo a reportagem, alguns diretores têm instruído os professores a evitar essa parte da aula, que aborda o período conhecido como o Segundo Reinado de Dom Pedro 2º.

Em outro material de história, destinado aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, o governo paulista sustenta erroneamente que a cidade de São Paulo possui praias. O erro ocorre em uma aula relacionada ao breve período em que Jânio Quadros ocupou a Presidência da República. “A proibição do uso de biquínis foi adotada por Jânio Quadros em 1961, quando ele era prefeito de São Paulo. Ele emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade”, diz o texto.

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Há também erros na área de biologia. Um dos slides destinados a alunos do 7º ano do Ensino Fundamental afirma que a água, se contaminada, pode transmitir Parkinson, Alzheimer e depressão. “Além da ingestão de metais pesados, como mercúrio, agrotóxicos, remédios e produtos químicos em geral, que podem causar doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, perda de concentração e deficiência de memória, além de problemas cognitivos, depressão e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)”, afirma o texto. De acordo com o infectologista Marcos Boulos, professor titular de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, “não há base científica para tais afirmações”.

Esses slides com informações incorretas fazem parte de um material totalmente digital criado pela secretaria para ser utilizado nas 5.300 escolas do estado. Desde abril, quando foi lançado, mais de 1.400 aulas de formação já estavam disponíveis no sistema como um complemento à programação escolar. Atualmente, o número de aulas prontas ultrapassa 6.000. Em agosto, o secretário Renato Feder anunciou que o governo planejava adotar os slides como o único conteúdo de formação, abrindo mão de aproximadamente 10 milhões de livros fornecidos pelo Ministério da Educação. Contudo, após a reação negativa gerada por essa medida, a administração de Tarcísio recuou. Antes disso, o governador chegou a afirmar que o material digital tinha sido desenvolvido para “aprofundar o conteúdo”.

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A Secretaria de Estado da Educação admitiu os erros e declarou que “todas as observações levantadas pela reportagem a respeito das aulas mencionadas foram retificadas e atualizadas”. A coordenadoria pedagógica da instituição também afirmou que conduz revisões e melhorias regulares nos recursos didáticos, mantendo total consonância com o currículo estabelecido pelo estado de São Paulo.

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