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Daqui a pouco, começa a sexta-feira da vergonha no Tribunal Superior Eleitoral.

A Rede Globo exige-lhe uma solução rápida e final.

Leia-se: cassação do registro de Lula, proibição de que ele fale e até mesmo seja visto na propaganda eleitoral.

Os ministros que se virem para gaguejarem desculpas para ignorarem a determinação da ONU de que seja garantido o direito de Lula concorrer e de participar da campanha.

Luiz Roberto Barroso e Rosa Weber não ter de passar a vergonha de, depois de terem dito em outras ocasiões que o Brasil deve cumprir decisões a que se obrigou pelo Pacto pelos Direitos Humanos, que desta vez ele “não vem ao caso”.

Se não se anteciparem para cassar o registro, não ter de fazer outra pirueta: como impedir Lula de aparecer na TV e no rádio se o artigo 26 da Lei 9.504/97 diz. literalmente: “O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição”.

Só se disserem: nós somos ministros, deixamos, mas a Doutora Carolina Lebbos, carcereira de Lula, não deixa.

Ou adotarem a incrível tese do Ministério Público que, não se pode “desperdiçar” os custos do horário eleitoral gratuito com um candidato que é “inelegível”, embora este esteja no gozo pleno de seus direitos políticos.

É terrível ver a Justiça Eleitoral, criada para termos eleições limpas, esfregar-se na lama para impedir que se candidate – e até que se manifeste – o homem que tem, disparado, a maior preferência do eleitorado.

POR FERNANDO BRITO