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“A realidade mostra que o aumento desenfreado dos juros não ataca a inflação, serve apenas para favorecer rentistas, em detrimento das famílias brasileiras e do setor produtivo”, afirma Odair Cunha

Parlamentares do PT alertam para efeitos nefastos da alta dos juros sobre a economia popular

Após à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, anunciada no início da noite desta quinta-feira (29), parlamentares da Bancada do PT na Câmara manifestaram forte repúdio à medida, classificando-a como prejudicial à população e à economia brasileira. Eles destacaram os impactos fiscais do aumento dos juros e criticaram a política monetária adotada durante a gestão de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central.

O líder da Bancada do PT, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a decisão de elevar a taxa básica de juros é “extremamente prejudicial à população e à economia”. Ele criticou a gestão anterior do Banco Central, sob o comando de Campos Neto, e sugeriu que o atual presidente da instituição, Gabriel Galípolo, herdou uma situação complicada.

“É uma armadilha que Campos Neto deixou contratada: dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa Selic. Se Gabriel Galípolo alterasse essas contratações, criaria uma enorme crise”, disse Cunha”.

Impacto Fiscal

Odair Cunha também destacou o impacto fiscal da medida. “Cada ponto percentual da Selic significa mais de R$ 50 bilhões no orçamento público. No acumulado de doze meses, até novembro passado, o país gastou mais de R$ 837 bilhões com o pagamento de juros da dívida, ante um déficit primário de apenas R$ 14,5 bilhões”.

Para o parlamentar, o aumento dos juros não combate à inflação, mas beneficia os rentistas. “A realidade mostra que o aumento desenfreado dos juros não ataca a inflação, serve apenas para favorecer rentistas, em detrimento das famílias brasileiras e do setor produtivo”, criticou.

Ele espera que a nova direção do Banco Central adote uma postura alinhada aos interesses nacionais. “Esperamos que a nova direção do Banco Central supere o triste legado do bolsonarista Roberto Campos Neto e passe a atuar de acordo com os interesses nacionais, para que o controle da inflação seja feito em sintonia com políticas públicas que levem à manutenção do crescimento econômico e a geração de empregos, renda e melhores condições de vida para o nosso povo”, disse Odair.

Dinheiro do povo brasileiro

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) foi ainda mais enfático em suas críticas, comparando o aumento dos juros a um desperdício de recursos públicos. “Quem rasga dinheiro? O Banco Central brasileiro rasga, mas é o dinheiro seu, de quem está lendo, de cada brasileiro que paga impostos”, escreveu em suas redes sociais.

Dirceu destacou que os recursos gastos com o pagamento de juros poderiam ser direcionados para áreas essenciais. “Só ontem rasgaram R$ 50 bilhões que iriam para saúde, segurança, educação e etc. A cada aumento de 1% da taxa de juros, são mais R$ 50 bilhões gastos, ajudando os bilionários, aquele 1% da população, a ficar ainda mais cheios de grana”, criticou.

Independência do Banco Central

Na avaliação do deputado Josias Gomes (PT-BA), entre todos os atrasos que o golpe promoveu no país, está a “independência” do Banco Central. “Campos Neto, desde dezembro de 2024, deixou armado mais um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros. Passamos de 12,25% para 13,25% ao ano, sem a menor justificativa. É uma clara sabotagem ao país e ao Governo Lula”.

Ele cita, em sua conta no Instagram, que um estudo do Dieese, publicado no ano passado, denuncia que o BC, ao elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 12,25% ao ano, deve gerar um impacto adicional de pelo menos 55 bilhões de reais para a União. “O mercado achou pouco e fomentou o aumento da conta com mais um acréscimo de 1 ponto percentual já no início de 2025. Esse mesmo consórcio, formado pelo BC, mercado, grande mídia e rentistas, cobra cortes de despesas do governo. Santa hipocrisia!”, criticou.

Decisão lamentável

O deputado Paulão (PT-AL) também criticou a decisão do Copom. “É uma decisão lamentável, que prejudica a economia brasileira e que terá consequência na camada mais pobre da sociedade”, alertou o deputado.

Com informações do PT Org

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