Ocupação cresce, assim como número de trabalhadores com carteira assinada; setores da construção, comércio e serviços puxaram a criação de postos

Trabalho em alta! O desemprego segue em queda, e milhões de brasileiros conquistam novas oportunidades.
O mercado de trabalho brasileiro encerrou 2024 com a menor taxa de desemprego já registrada, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE. A desocupação caiu para 6,2% no último trimestre do ano, consolidando uma média anual de 6,6%.
O índice representa uma queda expressiva em relação a 2023, quando a taxa média de desemprego foi de 7,8%, confirmando a recuperação do emprego no país. Já a proporção de trabalhadores ocupados em relação à população em idade ativa subiu para 58,6%, o maior nível em uma década. Os números refletem um cenário de maior dinamismo, impulsionado pela geração de vagas formais e pelo crescimento da renda.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, celebrou a notícia em suas redes sociais. Segundo ele, os bons resultados são a “prova de que estamos no caminho certo”. “E vamos avançar ainda mais. Semeamos a boa semente, a colheita será próspera”, concluiu.
O que explica a queda?
A recuperação econômica, impulsionada por políticas públicas e pelo aumento do consumo, foi determinante para a geração de empregos. Outro fator relevante foi a redução da taxa de subutilização da força de trabalho, que caiu para 15,2%, o menor nível desde 2015. Isso indica que menos pessoas estão subempregadas ou desistiram de procurar trabalho.
O levantamento do IBGE também revelou um avanço no nível de ocupação da população em idade ativa, que atingiu 58,6% em 2024, acima dos 57,6% registrados no ano anterior. Esse crescimento reflete a criação de postos de trabalho em diversos setores da economia.
Além disso, a população desalentada – aqueles que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego – recuou 12,3% em relação a 2023, uma redução de mais de 3 milhões de pessoas.
Setores em destaque
Os setores que mais impulsionaram o mercado de trabalho foram:
. Construção: crescimento de 5,6% no ano, com a geração de 414 mil novos postos
. Indústria: alta de 3,2% (413 mil empregos criados)
. Comércio e reparação de veículos: aumento de 2,8% (543 mil)
. Transporte, armazenagem e correio: crescimento de 5,2% (296 mil)
. Alojamento e alimentação: alta de 4,2% (230 mil)
. Setor público e serviços sociais: avanço de 3,8% (690 mil)
A retomada econômica, impulsionada pelo consumo, investimentos e políticas de estímulo, ajudou a expandir o emprego. O setor da construção foi beneficiado por obras públicas e crédito imobiliário, enquanto indústria, comércio e serviços cresceram com o aumento da demanda.
Formalização e renda em alta
O mercado formal também avançou. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39,2 milhões, um recorde na série histórica. Já os empregados sem carteira somam 14,2 milhões, com alta de 5% em relação a 2023.
A renda média dos trabalhadores também melhorou. No trimestre encerrado em dezembro, o rendimento médio real habitual foi de R$ 3.315, um crescimento de 4,3%. No acumulado do ano, a massa salarial – soma de todos os rendimentos do trabalho – alcançou R$ 339,5 bilhões, um avanço de 7,4%.
No setor público, o número de empregados permaneceu estável no trimestre, mas cresceu 4,5% no ano, totalizando 12,8 milhões de trabalhadores. Já os trabalhadores por conta própria somam 26 milhões, com alta de 2,5% no trimestre (mais 633 mil pessoas), mas sem variação significativa em relação a 2023.
Desafios
Apesar dos avanços, a informalidade ainda preocupa. Cerca de 40 milhões de trabalhadores seguem nessa condição, o que representa 38,6% da população ocupada. Embora tenha havido uma leve redução em relação a 2023, o número ainda é alto, evidenciando a necessidade de políticas que incentivem a formalização e ampliem a proteção social.
Outra questão é a taxa de participação no mercado de trabalho, que continua abaixo dos níveis pré-pandemia. No entanto, essa queda pode estar relacionada ao envelhecimento da população e ao aumento do número de jovens dedicados exclusivamente aos estudos, impulsionados pela melhoria da renda familiar.
A trajetória de queda do desemprego reforça a importância das políticas de estímulo ao crescimento e da ampliação das oportunidades no setor produtivo. O desafio agora é consolidar essa evolução, garantindo mais vagas de qualidade e uma economia cada vez mais dinâmica.
Com informações do PT Org
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