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Ex-presidente praticamente confessou sua participação na trama golpista

247 – O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu novamente que discutiu com os comandantes das Forças Armadas a possibilidade de decretar estado de sítio, estado de defesa e o uso do artigo 142 da Constituição para justificar ações militares. A declaração foi dada ao programa Oeste sem filtro, da Revista Oeste, e reacendeu o debate sobre seu papel nas tentativas de contestar a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro, que já foi indiciado pela Polícia Federal por articular um golpe de Estado, alegou que os temas debatidos não extrapolavam os limites legais. “Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição você pode utilizar”, disse o ex-presidente, ao tentar afastar as acusações.

Depoimentos de ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica indicaram que Bolsonaro apresentou planos que incluíam impedir a posse de Lula, o que, segundo eles, configuraria uma tentativa de ruptura democrática. Ao comentar as reuniões, Bolsonaro minimizou: “Eu discuti, sim. Não foi nenhuma discussão acalorada”.

Defesa de anistia e críticas ao equilíbrio de poderes

Durante a entrevista, Bolsonaro também defendeu a aprovação de uma anistia ampla para pacificar o país. Ele sugeriu que uma declaração do presidente Lula ou do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, poderia resolver as tensões políticas. “Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes sobre anistia, estava tudo resolvido”, afirmou.

O ex-presidente voltou a criticar o que chamou de desequilíbrio entre os poderes, apontando que o governo Lula detém maioria no Senado, enquanto na Câmara, “está o Lira lá, meio que resistindo”. Segundo Bolsonaro, um de seus objetivos para as eleições de 2026 é aumentar a bancada de senadores bolsonaristas, que podem atuar contra decisões do STF.

Episódio na embaixada e novo alerta sobre prisão

Bolsonaro também relembrou o episódio em que se refugiou na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido. Ele afirmou que buscou a embaixada “para conversar, ponto final”, tentando desmistificar as razões por trás da sua ida. Em outra entrevista recente, ao portal UOL, o ex-presidente admitiu a possibilidade de buscar proteção diplomática em outra embaixada caso tenha sua prisão decretada.

Na mesma conversa, Bolsonaro revelou ter parabenizado o ex-presidente Michel Temer por minimizar as acusações de golpe. Além disso, afirmou ter orientado deputados aliados a elogiarem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após este defender parlamentares bolsonaristas indiciados pela PF.

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