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EUA podem paralisar acordos sobre gênero, clima e desenvolvimento sustentável e usar financiamento como chantagem

247 – A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos segue preocupando o Itamaraty e diplomatas ao redor do mundo. De acordo com a Folha de S. Paulo, negociadores brasileiros consideram que a nova administração republicana pode tumultuar grande parte dos debates multilaterais e travar consensos em áreas sensíveis, como igualdade de gênero, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Além disso, o governo norte-americano tende a usar sua influência financeira para enfraquecer organismos internacionais e impor sua agenda nacionalista.

Trump já demonstrou, em seu primeiro mandato, seu desinteresse por tratados e acordos globais, retirando os EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris sobre o clima. A expectativa é que ele siga bloqueando iniciativas que contrariem a linha da política “América em Primeiro Lugar”, o que pode afetar compromissos internacionais sobre taxação de bilionários, combate à desinformação e financiamento a países pobres.Play Video

A postura dos EUA pode favorecer governos ultraconservadores, como o da Argentina de Javier Milei, que já vem adotando estratégias semelhantes. O presidente argentino ordenou que diplomatas do país rejeitassem qualquer iniciativa associada à Agenda 2030 da ONU, que abrange metas para igualdade de gênero e combate à crise climática. Em setembro, a Argentina foi o único país a votar contra uma resolução da ONU condenando a violência contra mulheres e meninas, enquanto países como Irã, Arábia Saudita e Coreia do Norte preferiram se abster.

Na declaração do G20 no Rio de Janeiro, Milei tentou barrar menções a taxação de super-ricos e políticas sustentáveis, mas acabou aceitando emitir uma declaração paralela. Nos Estados Unidos, porém, diplomatas avaliam que Trump não fará concessões do tipo. Sua administração deve simplesmente vetar qualquer documento que exija consenso, sem possibilidade de notas de rodapé ou menções alternativas.

Outro ponto crítico será o financiamento de organismos multilaterais. Trump já usou essa estratégia no passado, cortando verbas da OMS e da Unesco. Em 2023, os EUA foram responsáveis por 15% do orçamento da OMS, com uma contribuição de US$ 1,28 bilhão. A possibilidade de um novo corte drástico pode enfraquecer organizações internacionais e obrigá-las a ceder às pressões do governo norte-americano.

A política externa agressiva de Trump já mostrou efeitos práticos durante seu primeiro mandato e, agora, o presidente já ameaçou impor tarifas à Rússia para pressionar pelo fim da guerra na Ucrânia e coagiu Canadá e México a endurecerem o combate à imigração ilegal e ao tráfico de fentanil. A expectativa é que ele ainda amplie essa abordagem, usando o peso econômico dos EUA para chantagear instituições e governos.

O impacto global dessa guinada conservadora se faz sentir especialmente nas negociações regionais. Com um possível bloco formado por Estados Unidos, Argentina e El Salvador, além da adesão pontual do Paraguai, diplomatas já preveem maior dificuldade para alcançar acordos em fóruns internacionais. O cenário torna ainda mais incerto o futuro de políticas ambientais e sociais no contexto global, com a expectativa de retrocessos e impasses em temas que vinham avançando nos últimos anos.

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