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Para presidenta do PT, novo indicador (13,25%), anunciado ainda em dezembro pela direção anterior, “vai tornar mais cara a conta da dívida pública, sufocar as famílias endividadas, restringir o acesso ao crédito e o crescimento da atividade econômica”

Com a Selic em 13,25%, o Brasil se mantém como o país com a 2ª maior taxa de juros do mundo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (30) uma nova elevação na taxa básica de juros, conforme sinalizado ainda em dezembro pela direção anterior. O aumento de um ponto percentual elevou a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano, em meio a um cenário de total desproporção entre a inflação e a taxa real de juros do país, a segunda maior do mundo.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a decisão. De acordo com a petista, o novo indicador “é péssimo para o país e não encontra qualquer explicação nos fundamentos da economia real”. Gleisi alertou ainda que a medida vai “tornar mais cara a conta da dívida pública, sufocar as famílias endividadas, restringir o acesso ao crédito e o crescimento da atividade econômica”.

Apesar da crítica, Gleisi reconheceu a pouca margem de manobra do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, uma vez que a alta da Selic já estava contratada pelo mercado financeiro. “Restam desafios para reposicionar as expectativas do mercado e a orientação da instituição que dirige”, pontuou Gleisi.

Ela questionou a eficácia do aumento de juros em conter a inflação, lembrando que “nem mesmo os agentes do mercado acreditam na apregoada eficácia anti-inflacionária da política contracionista que foi imposta ao país”. Segundo ela, o Boletim Focus desta semana, que continua projetando um IPCA de 5,5% para 2025, desmente a promessa de redução inflacionária com a escalada dos juros.

A presidenta do PT também mencionou que “o comunicado do BC sobre inflação de 2024 comprova a relevância muito maior da taxa de câmbio sobre a variação ligeiramente acima da meta do ano, do que pelo crescimento da economia e do emprego, sempre punidos com a elevação indiscriminada dos juros”. Ela elogiou a expansão econômica do Brasil sob Lula, ressaltando que o país “está crescendo, gerando empregos, arrecadando mais e ajustando suas contas”, com uma redução significativa do déficit primário.

Comunicado do Copom

De acordo com o comunicado do Copom, “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”. O texto sugere que o processo de alta deve continuar nos próximos meses, sujeito ao comportamento da inflação.

O Copom também detalhou que “a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

CNI: alta dos juros desconsidera esforços da política fiscal

Na terça-feira (27), quando o Copom iniciou a reunião para definir os juros, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) havia se antecipado, soltando uma nota crítica à elevação da taxa Selic. Segundo a entidade, o atual ciclo de alta dos juros desconsidera “os esforços em curso na política fiscal e na atividade econômica”, trazendo “efeitos negativos sobre a criação de emprego e renda”.

“Insistir no aumento da Selic, considerando que já tem embutidos juros reais de cerca de 7%, faz com que o setor industrial adie investimentos essenciais, voltados à modernização ou expansão da sua matriz de produção, deixando de melhorar sua produtividade e desperdiçando oportunidades de contribuir com o crescimento do país”, advertiu, em vão, a CNI.

Com informações do PT Org

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