A Petrobras justificou o adiamento do encontro alegando que o ato dos petroleiros em frente ao edifício sede da empresa teria causado transtornos
A reunião marcada entre a Petrobrás e entidades sindicais para discutir mudanças no teletrabalho, prevista para esta quinta-feira (30) foi suspensa pela empresa em um comunicado surpresa. Os petroleiros estão em estado de greve A decisão da companhia de alterar, a partir de abril, as regras de teletrabalho, sem a devida negociação com os sindicatos, tem gerado forte reação da categoria, que vê na medida um retrocesso nas condições de trabalho.
Em nota oficial, a Petrobras justificou o adiamento do encontro alegando que o ato dos petroleiros em frente ao edifício sede da empresa, o Edisen, no Rio de Janeiro, teria causado transtornos. No entanto, para os sindicalistas, o movimento foi legítimo e resultado da intransigência da empresa em não abrir espaço para negociações.Play Video
“Foi um ato legítimo, fruto da intransigência da empresa. A decisão foi aprovada em assembleia e amplamente divulgada. Não houve nada de truculento, nem conflito. Os trabalhadores estavam apenas exercendo seu direito de lutar contra essa medida unilateral”, afirmou Cibele Vieira, diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em entrevista. A sindicalista enfatizou que o ato teve caráter pacífico e democrático, sem justificativa para a atitude da Petrobrás.
Cibele ainda expressou seu descontentamento com a postura da companhia. “Lamentamos essa atitude da empresa e vamos seguir firmes na luta, com assembleias que serão concluídas a partir de amanhã. O que queremos é uma regra coletiva, negociada com os sindicatos, para avançar, não para retroceder”, destacou.
O movimento sindical defende que as novas normas do teletrabalho sejam discutidas em mesas de negociação, com a inclusão do tema no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), garantindo que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que haja um diálogo constante sobre as condições de trabalho. A categoria alerta para a necessidade de um acordo coletivo que envolva as partes de maneira justa e transparente, buscando garantir melhores condições para os petroleiros.