Em negociação da data-base, sindicato patronal quer alterar cláusulas do ACT que são inegociáveis. Categoria se mobiliza e prepara movimento grevista
Os vigilantes do Distrito Federal podem paralisar as atividades a qualquer momento, foi o que a categoria deliberou em assembleia realizada na última quarta-feira (25). O estado de greve é uma resposta ao descaso das empresas, que querem retirar direitos históricos dos trabalhadores.
Na última rodada de negociação da data-base, não houve novidades. E, para piorar, querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que são inegociáveis.
Duas dessas propostas são consideradas indecorosas pelo Sindesv-DF ⏤ Sindicato que representa a categoria ⏤ e têm impacto direto na vida do trabalhador. A primeira é a mudança no seguro de vida. Hoje, o benefício é pago em casos de morte em qualquer local ou decorrente de qualquer tipo de doença. A proposta do patronal é que o pagamento seja realizado apenas se o vigilante morrer em serviço.
A segunda e mais grave alteração seria no Plano de Saúde da categoria. Atualmente o serviço é gerido pelo Sindicato e disponibiliza cinco hospitais e várias clínicas de qualidade espalhadas pelo DF. A proposta dos empresários é que o Plano passe a ser administrado pelo Sindicato Patronal, com apenas um hospital com qualidade e serviço questionáveis.
“Não negociamos essas cláusulas”, enfatizou o diretor do Sindesv e secretário-geral da CUT-DF, Roberto Miguel.
Sem acordo, o impasse foi parar no Ministério Público do Trabalho (MPT), que deu 15 dias para o Sindesv-DF e o sindicato patronal se manifestarem. Após as manifestações, uma audiência, sob mediação da Côrte, será marcada.
“Com essas duas propostas de alterar cláusulas inegociáveis, e a recusa em oferecer um aumento real nas cláusulas financeiras, os patrões estão levando os vigilantes à radicalização. Portanto, caminhamos para uma greve da categoria, uma das maiores da história de luta dos vigilantes do DF”, disse o sindicalista.
Mais descaso
Outro ponto que tem preocupado os trabalhadores é quanto ao cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que venceu no dia 31 de dezembro de 2022. Como a data-base iniciou em 1º de janeiro e ainda não houve acerto entre sindicato e patrões, a categoria segue sem acordo vigente.
No entanto, Roberto Miguel destaca que, apesar disso, as mais de 50 empresas têm cumprido as determinações do ACT. Apenas a Multserv, do presidente do sindicato patronal, tem descumprido. Neste mês de janeiro, por exemplo, os funcionários da companhia não receberam o ticket alimentação e, ao que tudo indica, a inadimplência deve ocorrer também em fevereiro.
“Não aceitaremos mais o descaso com o trabalhador. Nos últimos anos, sofremos com perdas salariais. Agora, com um novo governo, é hora de avançarmos nos nossos direitos e não retrocedermos”, finalizou o sindicalista.
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