A luta contra a impunidade é uma luta que vale a pena, afirmam petistas

Deputados federais alertam que o futuro da democracia brasileira passa necessariamente pela punição exemplar de Jair Bolsonaro e sua quadrilha golpista

Cresce cada vez mais no Congresso e na sociedade a pressão por punição severa a todos que conspiraram para destruir a democracia

Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira (27), parlamentares da Bancada do PT na Câmara denunciaram os fatos revelados sobre tentativas de golpe de Estado no Brasil pelos bolsonaristas. Também afirmaram que lutar contra a impunidade e pela justiça é fundamental para o futuro da democracia brasileira.

“Quando nos falha a memória, as coisas acabam tendo um significado muito superficial”, afirmou a deputada Natália Bonavides (PT-RN) ao destacar que os atos golpistas não surpreendem, uma vez que o “bolsonarismo nunca escondeu seu golpismo, mesmo com tantos covardes que lá estão”.

Segundo a parlamentar, as ações reveladas vão desde conspirações de assassinato e envenenamento até traições internas. Ela também ressaltou a proximidade do ex-presidente Jair Bolsonaro com milicianos e fez menção à busca de informações relacionadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco, que teria sido usada como inspiração. “Não é surpresa que quem homenageia torturadores, como os que mataram meu conterrâneo Virgílio Gomes da Silva, agora seja o mesmo grupo que arquitetava assassinatos de autoridades. Bolsonaro sempre esteve ao lado dos milicianos, seja como deputado ou presidente”.

Sem anistia

Natália Bonavides criticou ainda a negação de episódios históricos de violência e a tentativa de apagar o passado e defendeu a necessidade de enfrentar a impunidade para evitar que crimes semelhantes se repitam. “A última anistia deixou feridas abertas porque foi firmada quando as armas ainda estavam levantadas. Isso permitiu que assassinos, torturadores e estupradores ficassem impunes. Não podemos colocar esses crimes debaixo do tapete. É impossível uma ferida sarar se ela permanece aberta”. E convocou a sociedade a manter a vigilância e a lutar contra a impunidade. “Temos uma missão muito importante no próximo período político. A luta contra os crimes cometidos contra o povo brasileiro será longa, mas é uma luta que vale a pena”.

Para o deputado Alencar Santana (PT-SP) são necessárias punições rigorosas para os envolvidos em atos golpistas. “Os golpistas têm que ir para a cadeia e não podem ter anistia alguma”, afirmou Santana, ao considerar que os fatos revelados demonstram “a criatividade e a barbaridade de Bolsonaro e seus aliados mais próximos”.

Santana alertou para os riscos de subestimar tais atos. “Não adianta achar, só porque o golpe não se implementou, que foi só uma brincadeira. Poderia ter acontecido, e o cenário seria outro. Por isso, todos os envolvidos merecem ser julgados, presos e condenados, sem qualquer tipo de benefício”, enfatizou, incluindo militares das Forças Armadas na lista dos responsáveis.

Prisão

O deputado Welter (PT-PR) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal responsável por planos que atentaram contra o Estado Democrático de Direito. “Bolsonaro é o centro. Ele planejou assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Isso está dito nos áudios do primeiro delator, que manteve sua versão e revelou ainda mais detalhes”, declarou Welter.

O parlamentar destacou o indiciamento de Bolsonaro e outros 36 envolvidos e defendeu medidas rigorosas. “Deveriam pedir a prisão preventiva de Bolsonaro, Braga Netto e Augusto Heleno. Bolsonaro é criminoso de altíssima periculosidade e precisa ser julgado dentro dos ditames legais”, reforçou. Ele disse ainda que o caso traz à tona a verdade. “Agora saberemos quem defende bandido e quem defende a democracia”.

Bolsonaro é covarde

Para o deputado Kiko Celeguim (PT-SP) Bolsonaro é covarde. “Bolsonaro tentou, planejou e quis dar um golpe neste País, mas foi covarde. Só não executou porque teve medo de ser preso, o que vai acontecer muito em breve”. Ele lembrou que o governo de Jair Bolsonaro foi um período com um “projeto de poder” sem foco no desenvolvimento do País. “Ele entregou a este Congresso Nacional todo o protagonismo e só se preocupou em saber como ele conseguiria ficar no poder”.

Com informações do PT Org

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