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 153 colunas ao longo de quase 500 páginas. “O foco principal são as ameaças à democracia, com um panorama do governo em geral”, afirma a jornalista…

Naief Haddad
São Paulo-SP

“Bolsonaro sabota a saúde do povo brasileiro, estimula comportamentos temerários e perturba a ordem pública. Ele é o pior governante que poderíamos ter numa crise desta dimensão”, escreveu a jornalista Míriam Leitão em 9 de junho de 2020 em sua coluna no jornal O Globo. Àquela altura, o Brasil chegava a 37 mil mortes por Covid-19 e, nos meses seguintes, como se sabe, tudo iria piorar muito.

O país já ultrapassou 605 mil vidas perdidas e o presidente associou, em live na semana passada, a vacina contra o coronavírus à transmissão do HIV, o vírus da Aids, provocando reações enfáticas de comunidades científicas.
Aquela coluna, cujo título é “O Crime da Desinformação”, está no recém-lançado “A Democracia na Armadilha – Crônicas do Desgoverno”, livro que reúne textos de abril de 2016 a julho de 2021. Além de colunista do Globo, a jornalista mineira de 68 anos é apresentadora da GloboNews e comentarista da rádio CBN.

São 153 colunas ao longo de quase 500 páginas. “Eu tive que fazer escolhas, cortar mesmo na carne para selecionar os textos. O foco principal são as ameaças à democracia, com um panorama do governo em geral”, afirma Miriam Leitão.
A fim de mostrar a ação do presidente para enfraquecer as instituições, os textos não se limitam à política partidária. Passam por temas como a forte adesão dos militares ao governo federal, a corrosão da economia sob Paulo Guedes e o descaso com os povos indígenas.

“A Democracia na Armadilha” tem peculiaridades nos recortes que determinam o seu começo e o seu fim. Uma opção convencional seria iniciar o livro com os textos de janeiro de 2019, ponto de partida deste mandato presidencial. Mas a jornalista e a equipe da Intrínseca, editora pela qual o livro é lançado, decidiram publicar 12 colunas que antecedem a posse de Bolsonaro para reconstituir o caminho do candidato até a vitória na disputa para o Planalto e, principalmente, para mostrar que o desastre do governo já estava indicado na campanha eleitoral.

“A campanha de Bolsonaro é obscura em todas as áreas, não apenas na econômica”, Míriam escreveu em setembro de 2018, três semanas antes do primeiro turno. “Quanto menos Bolsonaro fala, mais ele é poupado do constrangimento de exibir seu enorme vazio de ideias e propostas.”

Seria previsível ainda que a autora e a editora aguardassem o desfecho deste mandato para encerrar um ciclo de análises. No entanto, diante das recorrentes ameaças autoritárias do presidente, optaram em concluir o livro com 2 anos e meio de Bolsonaro no poder.

“Decidimos fazer o livro antes do fim do governo Bolsonaro porque o objetivo dele já está dado [o rompimento com a democracia], não temos dúvidas. O livro não vai promover uma mudança, mas pode servir como um alerta”, diz ela.
“A Democracia na Armadilha” se insere no que a jornalista chama de “escritos de emergência”. “É hora de falar que estão acendendo todas as luzes do painel, e esse avião pode cair. E é preciso dizer isso agora”, afirma, sublinhando a palavra “agora” na entrevista à Folha.

O senso de urgência é crescente com o correr das páginas, com uma nítida mudança de tom quando o coronavírus chega ao Brasil.

“Quando vem a pandemia, ele se mostra a pior pessoa que podia estar naquele cargo, sem nenhum sentimento. Os ataques à democracia vinham junto dos ataques a quem estava sofrendo com a Covid-19”, diz.

Há dezenas de textos sobre a questão ambiental, tema caro à autora e presente em outros livros dela, como “História do Futuro”.

Na coluna “A Economia do Desmatamento”, de janeiro de 2020, Míriam Leitão escreveu: “É urgente que este governo conclua o período de noviciado e entenda o que se passa na Amazônia para poder deter o aumento do desmatamento”.

Passados quase dois anos, a pergunta é inevitável: o governo entendeu? “Sim, entendeu e se aliou aos bandidos, a quem queria destruir. O governo fez uma aliança clara com os grileiros, com os desmatadores, com aqueles que ameaçam os indígenas, com os garimpeiros”, responde a jornalista.

No último texto selecionado para o volume, publicado em julho deste ano, a autora compara o agressor do regime democrático ao agressor da mulher.

“A democracia está sendo agredida. O agressor é o presidente da República. Ele tem ajudantes militares e civis. O maior risco é não ver o perigo porque, como nos casos de violência contra a mulher, o fim pode ser a morte.”

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