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Sei que vão achar estranho e contraditório o título desse texto. Fiz campanha para o Boulos no primeiro turno e para o Haddad no segundo. Dei todas as minhas energias físicas e mentais para evitar a eleição de um governante fascista no meu país.
Como professor de sociologia e mestre em políticas públicas, sei a tragédia que será esse governo para o povo brasileiro, em especial para os pobres.
Então, por que seria melhor perder as eleições?
Primeiramente, ganhou as eleições quem conseguiu capitanear o ódio ao PT produzido por um completo massacre midiático que o PT sofreu nos seus treze anos de governo, em especial no governo Dilma. Esse massacre midiático é comprovado por estudos sérios do IESP/UERJ do projeto “manchetômetro”.
Não era intenção, inicialmente das nossas elites eleger o fascista, mas o Alkmin ou quem sabe até o Amoedo. Mas esses não conseguiram capitanear o ódio ao PT, fortemente encravado na população. Mas não se tem controle do resultado de um massacre midiático e Bolsonaro soube capitanear bem isso, valendo de sua poderosa máquina de fake News, bancadas por parte de nossa elite. Sem contar o apoio das lideranças neopentecostais, que foi outro fator fundamental.
Esse ódio ao PT é visível em tudo quanto é canto, onde tudo é culpa do PT, semelhante ao que Hitler conseguiu fazer com os judeus e com os comunistas nos anos 1930.
O PSL, partido do Bolso, sair da quase inexistência para se tornar o segundo maior partido do Brasil, que se tornará, sem dúvidas, no maior partido agora, devido à migração de outros políticos oportunistas de outros partidos.
Bolsonaro está com o capital político. Seus eleitores o consideram um “mito”, extra-humano. Ele nem sequer precisou ir a debates ou apresentar um plano de governo para convencer seus eleitores. Afinal, ele é um mito. Não um político. Um mito não precisa explicar nada. O que ele faz ou fará é magico e você acredita nele pela fé.
Se o PT ganhasse as eleições, não iria conseguir governar. Sofreria feroz oposição. Manteria-se o ódio ao PT, que na verdade, é ódio à esquerda e faria um governo ruim, sem apoio do congresso, sendo massacrado diariamente pela mídia, judiciário (que já provou que tem lado), a maioria das igrejas evangélicas de todo o brasil, cada vez mais poderosas. Enfim, sofreria novo golpe e sairia completamente desmoralizado do governo e Bolsonaro continuaria como um mito, que chegaria ao poder com poderes imperiais nas eleições seguintes.
Mas o fascista ganhando agora, vai pegar um país dividido, vai fazer um governo profundamente impopular.
Vai acabar com a escola pública como a conhecemos, cortará direitos trabalhistas, previdenciários, sociais, etc.
Promoverá o aumento das desigualdades. Enfim, devolverá o pobre à sua senzala, de onde haviam ensaiado tirar um dos pés pelo menos.
Ai, com um governo de extrema-direita no poder, o negro perceberá na pele, que é negro. A mulher perceberá na pele que é mulher, o pobre perceberá na pele que é pobre, o LGBT que votou em Bolsonaro (29% deles), perceberá que a homofobia dele não é brincadeirinha de criança.
Como diz meu avô, “se não aprende pelo amor, vai aprender pela dor”!
E aí, nessa tragédia que viveremos do dia 01/01/2019 em diante, o capital político começará, a se direcionar para a esquerda. Acho que aumentará o apoio popular aos opositores do fascismo e surgirá uma nova esquerda.
Como disse Marcelo Freixo, “Bolsonaro será desconstruído no governo, mas a uma preço inimaginável”. Espero sobreviver para ver esse momento.
Lutaremos! Não nos sobrará outra opção!

Texto de opinião do CDC Vitor Fernandes.