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Witzel está na turma que judicializou a política e surfou na onda do anti petismo criado para criminalizar o PT e seus integrantes. Sendo ex-juiz apostou todas as fichas na proposta fake de que o judiciário e seus membros iriam limpar o Rio de Janeiro.

E o Brasil, quiçá o mundo. Está provando por vias tortas que fora do Estado Democrático de Direito não existe nem justiça e nem o preceito constitucional da presunção de inocência. Witzel está percebendo que o Brasil jamais deixou de se dividir em Casa Grande e Senzala.

Repetindo a ingenuidade dos capitães do mato, Witzel nunca soube que é e sempre foi da Senzala – ex-funcionário público dependia do salário para viver.

Assim são muitos tolos e incautos, pensam que já saíram da Senzala depois que entraram na cozinha ou na varanda da Casa Grande.

O placar de 69 votos a zero pela instalação do processo de impeachment na Assembléia Legislativa do Rio (ALERJ) foi a demonstração cabal de que a máquina de moer carne humana estava ligada a todo vapor.

Ele não percebeu, e continuou atirando a esmo. Hoje, o processo de impeachment, antes suspenso, foi liberado pelo ministro Alexandre de Morais. Agora, faltam três sessões (da ALERJ) para a apresentação da defesa, e ele não é mais governador em exercício.

Somado a todas as operações policiais e policialescas realizadas hoje a situação de Witzel na ALERJ é um prato feito para se bater o martelo do destino daquele que sugeriu à polícia “dar um tiro na cabecinha dos bandidos”. Neste momento Witzel deve estar torcendo para a polícia esquecer a proposta dele.

No STJ, dizem os comentaristas de todas as redes de notícias, a situação de Witzel está mais que complicada, valendo menos do que nota de três reais – principalmente entre os 15 integrantes da chamada corte especial que vai analisar a liminar que afastou o governador de seu cargo eletivo.

O Brasil não é para amadores, o Rio de Janeiro não é para amadores, a política não é para amadores. O valor citado, pisado e repisado como um caso grave de corrupção de Witzel, 500 mil reais transferidos da conta da esposa para a dele, segundo lembrou um comentarista global é menor do que um único anel da esposa do ex-governador Cabral (que teria custado 800 mil reais pagos com propina).

Witzel nunca deve ter percebido que a criminalização do PT e de seus principais quadros serviam exclusivamente à Casa Grande, para a aplicação do golpe, para a manutenção do golpe, para a subtração das riquezas e patrimônios nacionais em benefício de interesses do capital estrangeiro e também do nacional.

E ainda para a destruição de toda a organização estatal construída a duras penas de forma a se permitir que o Estado desapareça, e no lugar vigore as ideias e desejos do “mercado”. Num estado dominado pelo tráfico, pelas milícias, pelo submundo de todos os negócios, com toda a desidratação financeira provocada pelo fim (ou quase isso) da gorda receita advinda do petróleo, com crises de gestão em todos os setores – o combate à pandemia mostrou a incapacidade de instalar um simples hospital de campanha – Witzel achou que era o dono do parquinho de diversões.

Tão soberbo que já havia há meses se lançado a candidato para substituir Bolsonaro, revelando a uma repórter televisiva que tinha muitos planos para o Brasil (planos jamais sabidos quais seriam, estavam só na cabeça dele).

Analisar Witzel sob qualquer ângulo é fácil, não custa nada, difícil mesmo é a situação da população do Rio de Janeiro, mais uma vez sem governo, sem prestação de serviço público digno, trafegando em trens, ônibus e barcas superlotados e mal conservados, espremidos, lutando para conseguir uma renda qualquer (emprego e salário está ficando longe do horizonte), fugindo das balas da polícia e do tráfico, adoecendo e morrendo de Covid-19 sem assistência decente, vítimas de charlatães das igrejas comerciais, dormindo em favelas e outros guetos e obrigados a comprar vários itens de consumo em forma de gato, tudo isso e mais um pouco e sem nenhuma perspectiva de que a vida não deixará de ser esse pesadelo cotidiano.

Witzel é só mais um pato manco nessa estrutura maluca que se instalou, e já caminha para o abatedouro. Triste sina. Triste Rio. Triste vida!

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