Valter Pomar: A Folha ataca Pochmann com o mesmo estilo escroto que caracteriza a mídia bolsonarista
Valter Pomar: Todo apoio a Pochmann! Foto: Pedro França/Agência Senado
A Falha ataca Pochmann
Para quem acha que fake news é obra das redes…
Para quem acha que a Globo é hors concours…
Para quem acha que a Falha de S. Paulo é uma aliada na luta por um Brasil diferente…
…. nada melhor do que ler o editorial desta sexta-feira, 28 de julho de 2023, da Falha, digo, Folha de S. Paulo.
Intitulado “Alerta no IBGE”, o editorial ataca Márcio Pochmann, o governo Lula e o Partido dos Trabalhadores.
O pretexto do ataque é o “risco de aparelhamento”, termo utilizado pela mídia oligopolista quase toda vez que o presidente indica alguém de seu partido para um cargo no governo.
Mas o editorial vai além: diz que Pochmann no IBGE “será objeto de escárnio e desconfiança”.
Por qual motivo?
Segundo o próprio editorial, porque Pochmann é um “economista militante do PT cujas ideias e currículo o depositariam no ostracismo” etc etc.
O curioso é que boa parte do mundo acadêmico e profissional tem imenso respeito pelas ideias e currículo de Pochmann, como se pode constatar em inúmeras notas divulgadas nos últimos dias.
Ou seja: ao contrário do que diz a Folha, muita gente acredita ser perfeitamente possível combinar militância política e excelência técnica e acadêmica.
No fundo, o problema é que – quando se trata do “carinho” pelo PT – a Falha e a mídia bolsonarista são muito parecidas.
Não há motivo para surpresa, portanto, com o fato da Falha ter colaborado ativamente com os órgãos de repressão da ditadura militar
Para não ser processada e também por absoluta falta de qualquer prova ou indício que sustente a acusação, o editorial da Falha não chega ao ponto de dizer explicitamente que Pochmann vai fraudar dados.
Mas, sem dizer, diz exatamente isso, com o mesmo estilo escroto que caracteriza a mídia bolsonarista.
Contra isto, além do devido processo legal, cabe lembrar de algo bem simples: aos defensores do status quo interessa encobrir a realidade; à classe trabalhadora interessa a verdade, nada menos que a verdade.
Todo apoio a Pochmann!
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Abaixo o editorial comentado
Alerta no IBGE
Intenção de dar a direção do instituto a Pochmann enseja risco de aparelhamento
É mais forte que ele. Quando o país começa a aprumar-se dos danos causados pelas bravatas populistas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se iniciaram tão logo foi eleito, o presidente manda colocar na chefia do IBGE alguém que será objeto de escárnio e desconfiança.
Marcio Pochmann, o economista militante do PT cujas ideias e currículo o depositariam no ostracismo se houvesse compromisso com não repetir os erros do passado, ganhou de Lula o prêmio de presidir o reputadíssimo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Talvez na fila das nomeações futuras dos amigos do peito do presidente também conste o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, artífice do desastre econômico do governo Dilma Rousseff —esta já abancada numa prebenda internacional. Ou o chefe de Augustin à época, Guido Mantega, que achava ter descoberto na prática uma nova ciência econômica da gastança.
Não seria nenhuma surpresa para quem teve a audácia de nomear Pochmann, que segue a mesma linhagem de misticismo econômico e intervencionismo ideológico, para o IBGE. Trata-se, nada menos, do órgão responsável pelas informações mais importantes sobre a economia e a sociedade brasileiras.
Inflação, Produto Interno Bruto, desemprego, renda, desempenhos setoriais e as evoluções da demografia são alguns temas nacionais cujo conhecimento depende das pesquisas realizadas pelo IBGE.
Seus resultados repercutem diretamente nas expectativas e na conduta dos cidadãos e das organizações, públicas e privadas, e por isso precisam refletir tão somente a melhor ciência e a melhor técnica. O instituto figura com destaque no rol de agências da administração federal que deveriam ser imunes à penetração da política partidária e do dogmatismo ideológico.
Na chefia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em outra passagem do PT pelo governo federal, Pochmann atuou para alinhar a fundação à cartilha ideológica do partido. Pesquisadores que dela não comungavam foram afastados, e regras de concurso, alteradas para aferir mais as convicções e menos a técnica dos candidatos.
A julgar pela sua manifestação recente sobre o Pix —que ele entende ser um passo para o Brasil tornar-se um protetorado dos Estados Unidos—, Marcio Pochmann não atualizou a sua visão oitocentista do mundo, muito pelo contrário. Tampouco terá se tornado menos sedento de intervencionismo.
O IBGE possui uma burocracia profissional e sobretudo técnica que decerto resistirá ao assédio do militante designado para a presidência. Mas será preciso muita atenção para que esse patrimônio nacional não seja conspurcado pelo aparelhamento obscurantista.
Por Valter Pomar, em seu blog
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