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Os advogados do senador Flávio Bolsonaro conseguiram dar um nó na apuração do caso das rachadinhas, que para todos os efeitos está paralisada, diz o repórter Chico Otávio, de O Globo, autor de dois livros que lidos em conjunto dialogam e jogam luz no submundo do crime organizado do Rio de Janeiro: Os Porões da Contravenção, escrito em parceria com Aloy Jupiara, e Mataram Marielle, em parceria com Vera Araújo.

Com isso, o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil do Rio estão paralisados, sem ter como avançar além do que está contido na denúncia apresentada contra Flávio, que relaciona o ex-deputado estadual com os ex-PMs Fabrício Queiroz e Adriano de Magalhães Nóbrega, morto na Bahia em 2020.

Segundo o MPE, além de ser um dos chefes do chamado Escritório do Crime, investigado por uma série de assassinatos, Adriano foi mencionado pela irmã numa interceptação telefônica como “bicheiro”.

De fato, Adriano atuou na “guerra suja” travada pelo espólio do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, inicialmente como segurança da filha dele, Shanna, casada com José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, morto em 2011, quando Adriano aparentemente já tinha alçado vôo próprio.

É algo comum, nos contou Chico Otávio: que os seguranças se apropriem ou tentem se apropriar de parte do espólio do patrão.

No livro Os Porões da Contravenção, Chico e Aloy falam da relação entre os bicheiros e a ditadura militar: “a história da aliança que profissionalizou o crime organizado”.

Além do caso de Maninho, hoje seguem em andamento sangrentas disputas internas nas famílias de Castor de Andrade, morto em abril de 1997, e de Miro Garcia, pai de Maninho, ligado ao Salgueiro.

O lance mais espantoso destas guerras internas foi em abril de 2010, quando um motoqueiro lançou uma granada contra o automóvel blindado onde estavam o bicheiro Rogério Andrade e seu filho Diego, de 17 anos.

Na explosão, Diego morreu e o pai sofreu ferimentos. Rogério estava condenado pelo assassinato do filho de Castor de Andrade, seu primo Paulinho, em 1998, mas tinha obtido um habeas corpus.

Chico Otávio conta que, depois da ditadura, os bicheiros diversificaram seus interesses, entraram com força na política, com seus próprios candidatos ou financiando campanhas e teceram relações com as milícias que controlam bairros inteiros do Rio.

É nesta intersecção que se cruzam o assassinato da vereadora Marielle Franco e a história do ex-capitão do BOPE, Adriano de Magalhães Nóbrega.

Homenageado duas vezes por Flávio Bolsonaro, Adriano teve o privilégio do comparecimento do então deputado federal Jair Bolsonaro a seu julgamento no Rio.

Foi condenado em primeira instância pela morte de um flanelinha. Até 2020, Jair Bolsonaro, já presidente, se referia a Adriano elogiosamente, apesar dele ter sido expulso da PM em 2014: “Não tem nenhuma sentença transitada em julgado condenando capitão Adriano por nada, sem querer defendê-lo. Naquele ano [do julgamento] ele era um herói da Polícia Militar”.

Raimunda sacou quase 95% de tudo o que recebeu do gabinete em espécie. Danielle, 21%. As duas depositaram ao menos R$ 203.002,57 nas contas de Fabrício Queiroz, além de fazerem saques em dinheiro de R$ 202.184,64.

Recentemente, o Intercept publicou que o MPE-RJ suspendeu interceptações telefônicas de pessoas ligadas a Adriano depois de grampear um HNI (homem não identificado) que seria o presidente da República.

Em março deste ano, o sargento Luiz Carlos Felipe Martins, o Orelha, foi fuzilado em Realengo, na Zona Oeste do Rio, dois dias antes da deflagração da operação que investiga a lavagem dos bens deixados por Adriano.

A operação teve como alvo principal a viúva do ex-capitão do BOPE, Julia Emilia Mello Lotufo.

A Justiça do Rio determinou o bloqueio de R$ 8,4 milhões em bens relacionados a Adriano.

Orelha, apontado como braço direito de Adriano, respondeu com ele pela morte do flanelinha e também foi homenageado por Flávio Bolsonaro na Alerj.

Para Chico Otávio, o avanço das investigações tanto no caso das rachadinhas quando sobre a morte de Marielle Franco hoje dependem muito mais do Jornalismo do que das próprias autoridades.

Ele diz que, diferentemente do que acontece com políticos e empresários, milicianos não fazem delação, porque sabem que os parceiros de crime se vingarão matando familiares.

Como ficou claro no caso do advogado Frederick Wassef, ligado ao clã Bolsonaro, há ainda uma rede de proteção pronta a ajudar: quando Fabricio Queiroz nem era procurado pela polícia, ficou “hospedado” em propriedades de Wassef.

Hóspede ou refém?

Chico Otávio aponta, com alguma curiosidade, para a recente separação entre o sargento da reserva Ronnie Lessa — acusado de puxar o gatilho contra Marielle Franco e Anderson Gomes — e Élcio Queiroz, que teria cumprido o papel de motorista na noite dos assassinatos.

Élcio permanece preso em Porto Velho, mas Lessa foi transferido para a penitenciária federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Élcio seria o “elo fraco” da dupla, na opinião do repórter.

Por coincidência, a dupla partiu do mesmo condomínio onde moram integrantes do clã Bolsonaro para cometer o duplo homicídio: Lessa era vizinho de Jair.

Na entrevista acima, Chico Otávio fala sobre os dois livros que escreveu e que hoje se entrelaçam: o jogo do bicho, as milícias e a política.

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