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Em abertura da primeira edição do Fórum Econômico Internacional América Latina e Caribe, presidente panamenho, José Raúl Mulino, dá uma resposta ao presidente Donald Trump sobre a ideia de retomada do Canal construído no século passado pelos norte-americanos

Enviada especial à Cidade do Panamá* — “O Canal de Panamá é do Panamá e seguirá sendo do Panamá”. Com essas palavras o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, encerrou o discurso de abertura da primeira edição do Fórum Econômico Internacional América Latina e Caribe, organizado pelo CAF, banco de desenvolvimento da região, na capital panamenha, nesta quarta-feira (29/1). 

A fala de Mulino no painel de abertura ocorre uma semana após o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmar que pretende retomar o Canal construído pelos EUA e entregue ao Panamá no fim dos anos 1970, no governo de Jimmy Carter. O país caribenho não tem exército para se defender da maior economia do planeta. Atualmente, o Canal recebe mais de 30 navios por dia de todos os países e, segundo habitantes panamenhos, todos pagam as mesmas tarifas que estão relacionadas com o peso e o valor da mercadoria, podendo ser vários milhões de dólares. Contudo, os navios militares dos Estados Unidos pagam menos para atravessar o Canal inaugurado em 1914 funcionando com eclusas que permitem encurtar a distância para as embarcações que viajam entre os oceanos Pacífico e Atlântico.

O Fórum do CAF, com o tema “Como retomar o caminho do crescimento”, tem como objetivo ser uma espécie de Fórum Econômico Mundial da região, reunindo 1,5 mil participantes, entre autoridades, especialistas e representantes de governos e de organismos multilaterais. O Correio é um dos parceiros de mídia do evento.

“Vamos ser Davos da América Latina”, afirmou o presidente panamenho. Segundo ele, investimentos excessivos que só aumentam a dívida pública é um dos principais motivos do baixo crescimento dos países latino-americanos, que seguem registrado taxas de expansão abaixo da média global e dos países emergentes da Ásia, do Oriente Médio e até da África, conforme revisões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Temos um enorme desafio para tirar os freios da iniciativa privada com governos inchados. Não se pode maquiar a ineficiência com gasto público excessivo”, afirmou.

Segundo Molino, os países latino-americanos não têm recursos para as mudanças necessárias e o CAF pode ser um parceiro estratégico para fomentar o financiamento para a transformação real e combater a ineficiência na região.

Desafios no horizonte

Em seguida ao líder panamenho, Sergio Díaz-Granados, presidente-executivo do CAF, destacou em seu discurso de abertura que o banco estará focado em contribuir para o desenvolvimento da região e anunciou que durante o evento será feita a assinatura do termo de adesão de mais um país ao grupo, Antígua e Barbuda, totalizando 23 membros no momento.

“Nos comprometemos com o setor privado para iniciativas mais inovadores, somos uma região imperfeita mas pacífica e uma das regiões mais empreendedoras do mundo e com alto potencial de inovação”, afirmou Díaz-Granados. Segundo ele, existem cinco desafios a serem enfrentados pelos países da região para combater o baixo crescimento e a pobreza na região: a baixa produtividade, as mudanças climáticas extremas, a transição energética, a segurança e o fortalecimento das democracias.

O presidente do CAF também destacou vários eventos que podem ajudar a integrar a região, inclusive, a 30º Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP, que ocorrerá em novembro, em Belém, no Brasil. Na avaliação dele, a geração atual “tem uma janela competitiva” para o desenvolvimento do capital humano, maior capacitação da força de trabalho e do capital humano hoje. “Esse Fórum vai buscar desenvolver o crescimento na região com a transição energética, o turismo sustentável e todos os temas que vamos trabalhar no banco para estarmos ao longo dos eventos neste ano na região”, afirmou. “Unidos, somos mais fortes e cooperativos”, emendou.

Em breve discurso gravado em vídeo, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, destacou que o principal drive para o crescimento dos países da região está relacionado com as reformas para a transformação da economia e de governos. “Claramente para o driver de crescimento de reformas para transformações dos estados”, afirmou.

O presidente do Paraguai, na primeira palestra após a abertura, também demonstrou otimismo no potencial de crescimento da região. “Não temos dúvida de que somos a região com uma das maiores oportunidades de crescimento”, afirmou Santiago Peña, presidente do Paraguai, que afirmou que “tem votos suficientes” para ser o novo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele destacou que o Paraguai vem crescendo mais de 5% nos últimos anos, especialmente, porque tem investido na responsabilidade fiscal, e no estímulo das micro e pequenas empresas. “O Estado tem seu papel e cada um tem que cumprir o seu papel, inclusive, o setor privado”, disse.

O presidente paraguaio também afirmou que o país tem compromisso sobre mudanças climáticas e na transição energética e frisou que está em constante reuniões, “com muito entusiasmo” para atrair novos parceiros comerciais. “O Paraguai está aberto para negócios”, frisou.

Sobre o Fórum

O CAF reúne, nesta quarta-feira e amanhã (30/1), líderes globais e especialistas regionais nos dias 29 e 30 de janeiro no Centro de Convenções do Panamá para discutir estratégias que impulsionem o desenvolvimento inclusivo e sustentável na América Latina e no Caribe. As principais plenárias, sessões simultâneas, reuniões privadas e lançamentos fornecerão espaços projetados para fomentar o networking, promover a inovação e a ação climática, fortalecer os sistemas de logística da região e destacar o papel estratégico da filantropia na construção de soluções sustentáveis.

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