Ex-juiz indicou delegados da PF para principais cargos da pasta, todos com alguma passagem na Lava Jato
A indicação é clara: o ex-juiz Sérgio Moro e futuro ministro da Justiça irá seguir o modelo da Operação Lava Jato assim que assumir a nova pasta que, ao contrário da atual estrutura, irá unificar o Ministério da Segurança Pública, a quem a Polícia Federal está subordinada, e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), hoje submetido à Fazenda.
A frente do superministério, Moro será responsável direto por vários órgãos, incluindo, além da Polícia Federal e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública (que controla a força Nacional) e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.
Quanto aos nomes indicados para compor sua equipe, Moro indicou colegas que já tiveram passagem pela Lava Jato para os cinco dos principais postos do próximo ministério: Maurício Valexo, diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza, secretário-executivo, Rosalvo Ferreira, secretário de Operações Policiais Integradas, Fabiano Bordignon, chefe do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e Erika Marena, chefe do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação). Todos eles da Polícia Federal.
O ex-juiz ainda não anunciou os nomes que vão coordenar a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e o Coaf. Segundo informações da Folha de S.Paulo, dois nomes podem ser anunciados para essas atividades ou outras ligadas à pasta, também delegados da PF: Marco Aurelio Moura, hoje corregedor-geral do Ministério de Segurança Pública, e Rogério Galloro, diretor-geral.
À imprensa, Moro tem feito declarações de que sua gestão terá como prioridade o combate à corrupção e a redução da violência, com atenção especial no combate à lavagem de dinheiro, tanto no tráfico de drogas quanto nos crimes de corrupção.
A integração entre policiais em todo o país também é outro trabalho aguardado. Em entrevista à Folha, o atual ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, responsável pela lei que criou o Susp (Sistema Único de Segurança Pública) disse que Moro o convidou para ser um conselheiro informal no período de transição e, ainda, que conversou com o futuro ministro especialmente sobre a promoção do Susp.
Jornal GGN