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Setores da esquerda pequeno burguesa e da direita têm se utilizado do identitarismo como ideologia para encobrir a política pró-imperialista que estão levando adiante pós golpe de Estado de 2016. A pauta das mulheres, dos negros, dos indígenas, dos gays, tem sido utilizada pelas piores espécies de seres humanos para tentar justificar seus crimes contra o povo oprimido. São verdadeiros farsantes em busca de projeção política no regime capitalista.

A política identitária tem servido como escudo, por exemplo, quando a burguesia quer fazer alguma atrocidade, falcatrua ou golpe contra a população explorada, coloca-se um homem negro, uma mulher negra, um gay, um índio, e com isso tentam justificar o mal que estão causando. E pior, sendo assim, quem critica tais atitudes dos falsos defensores das ditas minorias contra o povo, é taxado como machista, misógino, racista e por aí vai.

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João Doria no lançamento da “Delegacia da Diversidade”, que amplia a repressão em nome da política identitária no estado de São Paulo – Foto: Govesp/Fotos Públicas

Não há dúvida que esses setores sejam oprimidos, mas essa opressão não é abstrata, é bem concreta e é um problema social, veja o sistema carcerário brasileiro, onde a maioria são negros, na luta pela terra temos os indígenas sendo assassinados por latifundiários diariamente. No entanto, isso não significa que um indivíduo possa usar esse fato que é um problema social, coletivo, de classe, para passar uma política direitista, reacionária e que inclusive é contra esses setores oprimidos e contra toda a população.

Há algum tempo, a Rede Globo, principal porta-voz do imperialismo no Brasil, articuladora ferrenha do golpe de Estado de 2016, fez uma imensa campanha com o político do PSDB Eduardo Leite, quando assumiu sua sexualidade em programa da emissora. O governador do Rio Grande do Sul, que votou em Bolsonaro nas últimas eleições, tentou projeção política para ser o candidato da terceira via pela direita ao se declarar gay.

Ao se assumir gay, Eduardo Leite tenta mudar sua imagem característica de político tucano, de repressor, inimigo do povo e privatizador do Rio Grande do Sul. Observe que o psdebista é um representante claro do neoliberalismo, regime este que ataca diretamente os setores da população mais pobre e marginalizada. É óbvio que Eduardo Leite não é defensor nenhum dos gays, muito pelo contrário. Ele simplesmente usa o identitarismo para fins próprios, particulares.

Quando uma imprensa venal como a Globo, a Folha de S. Paulo, dá espaço para essas pautas identitárias, nunca será por uma luta real dos oprimidos. A demagogia tem objetivo inverso que é suprimir a realidade, esconder a luta de classes. Outro exemplo claro é a presidenta da UNE, Bruna Brelaz, que tem se destacado na imprensa burguesa, por defender a frente ampla com golpistas dentro das manifestações. Brelaz, se intitula mulher, negra, mas que anda de mãos dadas com lideranças do PSDB e do MBL, que são inimigos declarados não só das mulheres em geral, como dos negros, dos professores e estudantes em todos os sentidos.

No caso dos indígenas a situação é ainda mais grave, há muitos falsos índios que aparecem em palanques da direita, em busca de votos, para verdadeiros inimigos dos povos que lutam pela terra. A realidade é bem outra, atualmente nas aldeias não existe um médico sequer, alimentação é muito precária, e os ataques sofridos pelos indígenas são diários. É uma verdadeira picaretagem. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes do MDB, enviou à Câmara Municipal um projeto para tornar a língua guarani o idioma ‘cooficial’ da cidade. A pergunta é: que diferença isso fará para os indígenas? Nenhuma.

No final das contas, ao tomarem uma posição individual, todos esses falsos demagogos, supostos defensores das minorias, falam sobre o tema apenas para benefício particular, eles acabam de certa maneira deixando de ser oprimidos e passam a ser parte dos exploradores e opressores, por isso, Eduardo Leite é um falso gay. Ele só é “gay” na medida em que isso garante determinadas posições políticas individuais dele que são inclusive contra os gays.

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