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O Ministério da Saúde ficou quase uma semana sem realizar entrega de vacinas a estados e municípios.

E o que não faltou no nível central foi imunizante: entre segunda-feira da semana passada e ontem, a pasta recebeu 16 milhões de doses, sendo 6,2 milhões da Pfizer, 4,8 milhões da AstraZeneca e 5 milhões de CoronaVac.

Mas nenhuma delas foi distribuída até a manhã de ontem, e a falta de vacinas obrigou pelo menos nove capitais a suspenderem a aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19. Aconteceu em Belém, Natal, Maceió, João Pessoa, Salvador, Vitória, Rio, Florianópolis e Campo Grande.

Segundo o Estadão, a última remessa federal de vacinas havia ocorrido na terça-feira passada, com doses que tinham sido entregues na semana anterior.

“O senso de urgência do Ministério da Saúde chega a impressionar. Depois do dia todo cobrando a pauta de distribuição de parte das vacinas estocadas, recebemos a previsão de entrega de pouca quantidade na terça, dia 27, e a maior quantidade na quarta, dia 28. Estamos falando de vidas!”, escreveu o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), nas redes sociais.

“Ministério da Saúde tem 16 milhões de vacinas paradas em estoque e centenas de brasileiros morrendo diariamente por falta de vacinas. Vergonhosa essa falta de gestão e senso de urgência”, disparou por sua vez o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tentou negar o problema: “Não há estoque de vacina. O que há é que quando as vacinas chegam no aeroporto elas precisam ser avaliadas pela chancela da Anvisa. Segundo, precisa passar pelo controle do INCQS [unidade da Fiocruz responsável pelo controle de qualidade de imunobiológicos]. Também tem a questão da Receita Federal. Depois, o PNI [Programa Nacional de Imunizações] prepara as pautas. E essas vacinas são enviadas”.

Mas o secretário-executivo da pasta admitiu que há uma defasagem na estratégia do ministério.

Segundo Rodrigo Cruz, o de aplicação de doses em algumas capitais está “acelerado” e a pasta avalia mudanças nas entregas para tentar evitar falta de doses. “Estamos começando a estudar com o DLOG [departamento de logística] a possibilidade de que, dado que o ritmo está acelerado, em vez fazer uma entrega semanal fazermos duas entregas semanais, para garantir que não falte na ponta a vacina”, disse.

Por Leila Salim e Maíra Mathias, no OutraSaúde, sugestão de Mário Lobato

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