Trump e a fúria dos parasitas
Com a posse de Donald Trump no comando do império estadunidense pudemos constatar que, entremesclado com seus vários arroubos neocolonialistas, imperialistas e racistas, ficou evidente sua imensa fúria contra aqueles que propõem que o dólar deixe de desempenhar o papel de moeda base para o comércio internacional.
Entretanto, por mais que nos seja desagradável a ideia, somos forçados a admitir que, do ponto de vista do recém-empossado presidente, assim como dos que compartilham de seus interesses, há fundadas razões que justificam esse posicionamento.
É que Trump sabe muito bem que não há nenhuma, repetindo com ênfase para que não reste dúvidas, NENHUMA possibilidade de que os Estados Unidos mantenham sua hegemonia no mundo sem contar com a possibilidade de ter sua própria moeda funcionando como meio de pagamento aceito e válido de maneira generalizada.
Assim, para sua própria sobrevivência como capitães indiscutidos no campo geopolítico do imperialismo, é imprescindível que o dólar siga operando como essa varinha mágica que consegue transferir ao resto do mundo todos os gigantescos custos incorridos pelo império para salvaguardar seu poderio e comando.
Sem dispor desta fabulosa ferramenta, os Estados Unidos teriam que voltar a depender de seus próprios esforços produtivos para alcançar êxito na arena internacional.
Como já nos aventuramos a mencionar em outras oportunidades, em termos de eficiência netamente econômica, os Estados Unidos já foram superados com larga margem por outras potências.
Em comparação com a agilidade e eficiência da República Popular da China, por exemplo, a máquina produtiva dos Estados Unidos se assemelha a uma carroça puxada por cavalos capengas.
Mas, na atualidade, há dois pontos que servem de sustentáculos para a permanência dos Estados Unidos como a potência que dá as cartas na definição dos destinos da humanidade:
— sua esmagadora hegemonia em termos militares, com mais de 900 bases espalhadas pelos pontos mais estratégicos de todos os continentes; e
— amplíssimo controle dos meios de comunicação, o que lhes permite travar guerras informacionais (ou melhor, desinformacionais) para fazer valer o peso de seus interesses.
No entanto, os dois pontos cruciais acima referidos só podem subsistir em função de um terceiro: a possibilidade de que sua própria moeda sirva como instrumento geral para a consecução das transações econômicas realizadas entre as diferentes nações do planeta.
Em consequência, é este último ponto que atua como o baluarte na defesa da supremacia estadunidense em relação a todos os demais países do mundo, a despeito de seu enorme PARASITISMO.
Por isso, é inteiramente compreensível que Donald Trump se revolte contra os que ousam tocar no assunto da desdolarização da economia mundial.
Ele sabe muito bem que isto equivaleria a um chute na canela do imperialismo, uma inviabilização da sustentação financeira de toda a aparelhagem que dá aos Estados Unidos o poderio de amedrontar a seus adversários e até mesmo a seus aliados, de maneira a fazer prevalecer sempre o que mais lhes convém.
Portanto, não há motivos para não concordar com a conclusão de que Trump está certo em seu diagnóstico sobre a ameaça que paira sobre os Estados Unidos quando se insinua a necessidade de eliminar o dólar como moeda básica do comércio internacional.
Para ele e para todos os que defendem a manutenção da exploração imperialista, a verdade não poderia ser mais cristalina.
Agora, nossas palavras contrárias à continuidade desta aberração devem ser direcionadas ao restante do mundo, ou seja, à grande maioria da humanidade.
Somos nós os que nos devemos convencer de que não é possível haver justiça e harmonia enquanto persistir este inaceitável mecanismo de transferir para as costas dos espoliados todas as gigantescas despesas em que o imperialismo incorre para manter em funcionamento a máquina-de-morte e opressão construída com o objetivo de impor seus desígnios sobre todos os demais povos da Terra.
Com informações do VioMundo
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