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Setor registra alta de 4,6% no 3º trimestre, mas juros e desafios internacionais preocupam

O setor industrial brasileiro apresentou um desempenho expressivo no terceiro trimestre de 2024, com crescimento de 4,6%, mais que o dobro da média global de 2,3%, segundo dados da Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial).

O avanço não apenas sinaliza a recuperação de um setor que enfrentou retração nos últimos anos, mas também reflete os efeitos das políticas econômicas adotadas pelo governo Lula.

De acordo com análise do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o crescimento foi impulsionado por um ciclo de juros mais baixos, que facilitou o acesso ao crédito, estimulou o consumo interno e incentivou novos investimentos. A combinação com a redução da inflação e o fortalecimento do mercado de trabalho ampliou a demanda por produtos industrializados no país.

No entanto, o ritmo de expansão pode ser ameaçado pelas recentes elevações da Selic. Em dezembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros de 11,25% para 12,25% ao ano, e novas altas são esperadas para 2025, com projeções de que a Selic alcance 14,25%, o que seria extremamente prejudicial para o desenvolvimento do país.

Cenário internacional desafia competitividade

O desempenho positivo da indústria brasileira contrasta com a desaceleração observada em mercados relevantes como China, Europa e América do Norte. Na China, o crescimento da produção manufatureira recuou de 1,5% para 1,1% no terceiro trimestre, enquanto a Europa continua lutando para retomar o dinamismo econômico.

Outro desafio global vem do aumento do protecionismo comercial nos Estados Unidos, intensificado com o retorno de Trump à presidência. Rafael Cagnin, economista do Iedi, alerta que, embora o Brasil não sofra diretamente com as tarifas americanas, os impactos nos mercados globais podem aumentar.

“O aumento de alíquotas a produtos chineses tende a levar a mais uma fase de desvio de comércio para outros destinos. Isso significa maior pressão concorrencial de produtos chineses no mercado interno brasileiro, mas também em outros mercados externos importantes para a indústria brasileira”, explica.

Cagnin também destaca possíveis impactos de longo prazo do governo Trump relacionados à agenda climática. “Com a saída dos EUA do Acordo de Paris e demais compromissos internacionais e o possível esvaziamento da COP de Belém, os esforços em direção à transição energética no mundo podem perder a oportunidade”, afirma.

Perspectivas e riscos para o setor

Apesar dos desafios, algumas oportunidades podem minimizar os impactos negativos no curto prazo. Programas do BNDES voltados para inovação, digitalização e sustentabilidade seguem incentivando investimentos industriais. Além disso, medidas como o programa de depreciação superacelerada oferecem estímulos para que empresas modernizem suas estruturas produtivas.

Outro ponto relevante é a desvalorização do real, que, embora encareça a importação de insumos, pode favorecer a competitividade de produtos brasileiros no mercado internacional. No entanto, para Cagnin, o câmbio precisa ser previsível, pois oscilações bruscas criam mais incertezas do que benefícios reais para o setor produtivo.

O crescimento da indústria brasileira em 2024 é um marco significativo, mas a continuidade desse avanço dependerá de decisões estratégicas que equilibrem o controle da inflação, um novo ciclo de redução nos juros e incentivos ao desenvolvimento econômico.

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