Denuncia-se o aumento do antissemitismo, nos últimos meses. Até reitoras de universidades dos Estados Unidos caíram por causa dele.
Uma parte do propalado crescimento do antissemitismo vem da confusão deliberada que faz qualquer crítica ao Estado de Israel ser apresentada como manifestação de ódio ao povo judeu.
Outra parte tem base real – um aumento da hostilidade contra os judeus.
As duas facetas estão ligadas. Ao equivaler sistematicamente o Estado de Israel ao povo judeu, a propaganda sionista alimenta o preconceito.
Como se uma origem étnica ou o pertencimento a uma religião fizessem alguém ser automaticamente cúmplice do empreendimento colonial em curso no Oriente Médio.
Não é assim. Da mesma forma que, nos anos 1930, ser alemão não fazia de ninguém um nazista.
Para defender Israel e blindar suas ações genocidas contra críticas, o discurso sionista promove essa equivalência – que inibe algumas manifestações públicas, por medo da acusação de “antissemitismo”, mas é aceita como verdadeira por outros, que acabam estendendo erroneamente aos judeus, como povo, sua justificada ojeriza pelos algozes dos palestinos.
Para provar que não é nada disso, estão aí muitos judeus corajosos que denunciam o genocídio do povo palestino e se opõem a Israel.
E que, por isso, sofrem o ódio do establishment sionista, que faz de tudo para silenciá-los. No Brasil, o jornalista Breno Altman é o melhor exemplo.
Não dá para confundir o sionismo, uma ideologia racista, com o povo judeu. Deixar clara essa diferença é um passo fundamental para o combate ao antissemitismo.
Como disse, de forma lapidar, minha colega da UnB, a professora Berenice Bento: “Antissemitismo é crime. Antissionismo é dever ético.”
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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