Em audiência na Câmara, Campos Neto explicou que o BC olha a inflação corrente, as expectativas de inflação e o hiato do produto para tomar suas decisões sobre a taxa de juros
Roberto Campos Neto – (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reforçou nesta quarta-feira (27/9) que o processo de desinflação em curso no Brasil, porém, ainda requer uma política monetária contracionista. A afirmação foi feita durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros pela segunda vez consecutiva, de 13,25% para 12,75% ao ano. O colegiado voltou a sinalizar cortes de mesma magnitude na Selic nas próximas reuniões.
Campos Neto explicou que o BC olha a inflação corrente, as expectativas de inflação e o hiato do produto para tomar suas decisões sobre a taxa de juros. Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, ele mais uma vez destacou as vantagens da autonomia operacional da instituição. “Lembrando que quem determina a meta de inflação é o governo, o que o BC faz é operacionalizar essa meta”, disse.
O presidente do BC, comparou, ainda, que países como o Brasil, que começaram a subir os juros mais cedo, têm tido maior sucesso no combate à alta de preços. “Apesar de não estarmos no centro da meta ainda, temos uma inflação parcialmente ancorada para 2024 e 2025. Comparado com outros países, estamos melhores”, acrescentou.
Inflação
Campos Neto, voltou a dizer que a inflação está melhorando em grande parte do mundo, e apontou que a inflação de energia começa a subir novamente. “O Brasil tem uma desinflação acentuada, caindo forte em alimentos e bebidas. O IPCA-15 dessa semana foi quase todo preço da gasolina, com a reoneração dos combustíveis”, destacou.
O presidente do BC notou ainda ancoragem das expectativas de inflação do mercado, apesar de ainda não estarem no centro das metas — que são de 3,25% para 2023 e 3,0% para os três anos seguintes, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Ele avaliou que, nesse sentido, a decisão do governo de ter mantido a meta de inflação em 3% para 2026 foi acertada, e ajudou a autarquia a iniciar o processo de corte de juros.
“Apesar de não estarmos no centro da meta ainda, temos uma inflação parcialmente ancorada para 2024 e 2025. Comparado com outros países, estamos melhores”, acrescentou.
Com informações do Correio Braziliense
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