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O cantor e compositor Gilberto Gil afirma que tem apreço pelo ex-presidente Lula e sente pesar por tudo o que ele está passando. Gil é a favor do direito de Lula ser candidato e diz gostar muito de Fernando Haddad: “gosto muito de Haddad. É um nome interessante. Um homem muito preparado e sensível. Suficientemente jovem e suficientemente maduro ao mesmo tempo para ter uma compreensão do conjunto da sociedade brasileira hoje, da inserção do Brasil no mundo, da questão da economia”.

Gil concedeu entrevista à jornalista Fernanda Mena do jornal Folha de S. Paulo e comentou sobre diversos assuntos da política brasileira e também sobre seu novo álbum “Ok Ok Ok’.

Sobre o eixo temático de seu novo trabalho, Gil, 76, destaca a situação de desprezo social pela qual passa a sociedade brasileira: “de todas aquelas em que estamos envolvidos nas nossas vidas. Especialmente as que dizem respeito ao conhecimento de todos, ao social, ao nosso país, ao mundo, à sociedade. São as dificuldades pelas quais passamos. Essa queixa permanente da sociedade, mais intensa em alguns lugares, como no Brasil, do que em outros. Essa é a vil situação: é o fato de não podemos viver uma situação celestial. Tem sempre um pouco de inferno e de purgatório na vida de todos.”

Gil sublinha a situação do país e deixa entender que “Ok Ok Ok” é um de seus trabalhos mais políticos: “é a vil situação. É a dificuldade permanente, e crescente que vivemos. Tudo é exemplo. É como eu digo no final da música: “As palavras dizem sim, os fatos dizem não”. Os fatos estão negando o tempo todo qualquer posicionamento mais permanente, mais fixo, mais nítido que você possa ter em relação a qualquer coisa. Ainda que você se posicione, a realidade está caminhando muito mais rápido do que qualquer posicionamentos. Posicionamentos são paradas. Você para, a realidade atropela, empurra você.”

Sobre Bolsonaro, Gil comenta: “vejo com certo temor. Mas, ao mesmo tempo, tenho 76 anos e já vivi muita coisa. Por exemplo, eu presenciei a ascensão do primeiro grande núcleo do que se chama hoje de extrema direita, com [John] Enoch Powell [1912-1998], na Inglaterra. Depois vieram muitos outros, como Le Pen, na França. Eu fico receoso que esses corações dessas pessoas não compreendam que é preciso ter piedade, perdão, caridade, solidariedade, que é preciso estarmos juntos e que a vida é para todos, apesar das diferenças entre nós. Que temos de produzir a igualdade na diferença.”

O compositor deixa claro seu respeito por Fernando Haddad, candidato a vice na chapa encabeçada por Lula que pode vir a ser o herdeiro da candidatura, caso o governo e o poder judiciário não respeitem a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU: “Gosto muito de Haddad. É um nome interessante. Um homem muito preparado e sensível. Suficientemente jovem e suficientemente maduro ao mesmo tempo para ter uma compreensão do conjunto da sociedade brasileira hoje, da inserção do Brasil no mundo, da questão da economia.”