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O PSD tem 35 deputados federais e 11 senadores. O presidente da legenda criticou duramente o governo sinalizando que o Planalto tende a perder sustentação no Congresso Nacional
“É um caso que precisa ser apurado. A denúncia é muito grave e a CPI não pode se omitir”, disse Gilberto Kassab – presidente nacional do PSD ao jornal Valor Econômico, neste sábado (26). As denúncias de corrupção na compra de lotes da vacina Covaxin, que teriam sido ignoradas por Bolsonaro, acarretam em grande desgaste para o presidente, num sinal que foi interpretado como um possível desembarque de seu partido da coalizão que dá sustentação ao governo no Congresso. Kassab, que também é ex-prefeito de São Paulo, que lidera uma bancada com 35 deputados na Câmara Federal e 11 senadores.

Dois senadores de peso do partido na CPI do Genocídio, Omar Aziz, presidente da comissão, e Otto Alencar, membro do colegiado, teriam adotado postura semelhante, colocando em xeque o alinhamento com o Planalto após as graves denúncias contra Jair Bolsonaro.

“O governo teve na última semana um desgaste muito grande. Vai precisar se posicionar”, salientou Kassab.

O Poder360 publicou outras falas do presidente do PSD, que afirmou que “é inegável” que as declarações dadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da covid no Senado ao longo da semana “preocupam a todos”, mas que nem a sociedade, nem a própria CPI devem “condenar ninguém com antecedência”.

De acordo com o portal, Kassab afirmou que “aumenta muito a responsabilidade da CPI, um fato novo, importante e que vai ter, a partir de agora, uma exigência muito grande para que seja apurado. Não vamos condenar ninguém com antecedência, seja a CPI, seja a sociedade brasileira, mas é inegável que se trata de algo que preocupa a todos. Vamos aguardar as apurações e que a CPI seja bastante rigorosa para que ela possa tranquilizar a todos que ela está cumprindo o seu papel”.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, filiado ao PSD, anunciou que deixará o partido afirmando que apoiará Bolsonaro em 2022. Kassab, cuja legenda aposta em candidatura própria para a presidência, disse que Faria sairá “quando as condições jurídicas permitirem. Politicamente ele já está afastado, se envolvendo em outros projetos, outros partidos e desejamos a ele muita sorte”.

Kassab quer que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, filiado ao DEM-MG, seja candidato ao Planalto pelo PSD.

“É uma questão muito mais do PSD do que dele. No momento certo ele vai se manifestar. Fica aqui a nossa torcida para que ele entenda a importância de disponibilizar seu nome para uma candidatura num momento tão difícil da democracia brasileira, tão difícil da economia, da política”, disse Kassab.

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