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E se fosse uma bomba? É de responsabilidade do GSI a segurança presidencial, do avião presidencial e a averiguação da bagagem. Convenhamos, 40 kg não precisa nem de lupa, muito menos bola de cristal. Alexandre Padilha, deputado federal (PT-SP)

Da Redação

O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Heleno, revelou sua incapacidade para o cargo ao dizer que não dispõe de bola de cristal.

Um aparelho de raio xis bastaria?

As primeiras informações são de que o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues não passou por checagem antes de embarcar para Sevilha, na Espanha, como parte da equipe que daria back up à viagem de Bolsonaro ao Japão.

De acordo com o presidente em exercício Hamilton Mourão, o traficante embarcaria de volta com Bolsonaro na troca de tripulação, para o vôo Sevilha-São Paulo.

O sargento fez outras 29 viagens a serviço do governo federal, mas foi preso justamente na troupe de Bolsonaro, com 39 kg de cocaína em mala de mão.

A Espanha é disparadamente o principal ponto de entrada de cocaína na Europa.

Pela quantidade apreendida, é óbvio que o militar participava de algum esquema de tráfico, “mula qualificada”, nas palavras de Mourão.

Resta saber de quem recebeu e para quem ia entregar a droga, além dos beneficiários do esquema no Brasil.

Em 2006, o então deputado federal Jair Bolsonaro enviou apoio ao governo da Indonésia pela decisão de executar o traficante Marco Archer Cardoso Moreira, flagrado entrando no país com mais de 13 quilos de cocaína escondidos em tubos de uma asa delta.

“Caso o Senhor Marco Archer fosse traficante com atuação apenas no Brasil, ao agasalho da nossa benevolente legislação, poderia ao longo de sua atividade levar à desgraça centenas de famílias, à morte dezenas de pessoas e viciar milhares de cidadãos. Ao contrário do que afirma o governo do PT, tal execução não causará nenhuma comoção nacional, pois esse traficante não tem nada a oferecer à sociedade brasileira a não ser envergonhar ainda mais o Brasil no exterior”, escreveu.

Marco Archer foi fuzilado em 2015, apesar dos pedidos de clemência do governo brasileiro. A vida dele é retratada no documentário Curumin, que Marco Archer gravou com uma câmera escondida, dentro da cadeia.

Bolsonaro, no entanto, não usa a mesma régua para seus colegas militares.

A respeito da patrulha que fuzilou um músico e um flanelinha inocentes, com 80 tiros, no Rio de Janeiro, o presidente disse que “o Exército não matou ninguém” e foi um “incidente”.

No caso do sargento da Aeronáutica, não falou em tráfico internacional de cocaína em avião oficial brasileiro e apelou à legislação: “Caso seja comprovado o envolvimento do militar nesse crime, o mesmo será julgado e condenado na forma da lei”.

Nada de fuzilamento.

Nem de chilique do general Alberto Heleno, que dias atrás bateu na mesa pedindo prisão perpétua do ex-presidente Lula durante encontro com jornalistas e o próprio Bolsonaro.

Heleno agora quer uma bola de cristal.

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