Zé Dirceu disse que preferia morrer do que rastejar e perder a dignidade. Que não faria nenhuma delação.
Dispensou as benesses que receberia por qualquer fala traíra – mentirosa e/ou apropriada com patifarias – que dissesse .
Foi condenado, sem provas, a 23 anos 3 três meses de prisão. O voto da vil Rosa Weber ficou famoso “Não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”.
A literatura a que ela se referiu foi a “teoria do domínio de fato ” que foi usada como bem quis a ministra do supremo.
Ela queria prendê-lo. Provas ? Para que ? Anos de investigação e nenhuma prova contra Dirceu. Rosa Weber foi aquela que deu o voto de Minerva para a condenação de Lula.
A exdrúxula senhora que falou que executar a pena de Lula naquele momento era inconstitucional , mas votaria a favor pelo “princípio da colegialidade” que significa mais ou menos isso : não sou a favor, mas se meus coleguinhas são, votarei com eles. Se ela votasse como disse que pensava, Lula estaria solto. Ela é um lixo, assim como a maioria dos seus pares no STF.
Daquele lixo ao luxo de termos um José Dirceu solto nesta madrugada, chegando em sua casa. Ficou preso um ano, depois foi solto, depois foi preso de novo, solto, preso.
Antes da última prisão, deu uma excelente entrevista na Folha, na qual falou também sobre como se sentia sabendo que, aos 72 anos, provavelmente morreria preso.
Estava conformado, mas não derrotado. Forte, lúcido, coerente, ele foi. Não fez acordo, não delatou, não entregou, não mentiu, não rastejou e não perdeu a dignidade. Cumpriu o que disse.
Eu, que fiquei indignada quando ele se entregou, me rendo feliz. É possível. É digno.
- Zé Dirceu, comandante, muito presente ! Com muita honra !!
✊✊✊ Texto de Lívia Sampaio