Na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, revelou que o plano de espionar o PSOL envolvia outros políticos além da vereadora fluminense.
Lessa, na ocasião, afirmou que os irmãos Brazão infiltraram Laerte Silva de Lima e sua esposa, Erileide Barbosa da Rocha, no partido – o casal era parte da milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.
Segundo o ex-militar, Domingos Brazão admitiu ter colocado um espião no PSOL, referindo-se a Laerte, um miliciano de Rio das Pedras. “Essa pessoa trazia informações para os irmãos com relação ao PSOL em si”, declarou. Além de Marielle, a vigilância incluía outros membros do partido, como Marcelo Freixo, Renato Cinco e Tarcísio Motta.
“O Domingos [Brazão], por exemplo, não tem papas na língua. Ele simplesmente fala que… ele colocou, digamos assim, um espião no PSOL, no partido da Marielle. E o nome desse espião seria Laerte, que é uma pessoa do Rio das Pedras, que depois eu soube se tratar de um miliciano. Uma pessoa responsável por várias atividades da milicia lá. E essa pessoa trazia informações para os irmãos com relação ao PSOL em si”, disse Ronnie.
“Não somente em relação à Marielle. Ele falava sempre do Marcelo Freixo. Falava do Renato Cinco. Tarcísio Motta… Falava dessa pessoa. E demonstrava, assim, um interesse diferenciado por essas pessoas, pelas pessoas do PSOL”.
Início
Sobre Freixo, Ronnie afirmou que começou a buscar informações sobre o político na internet por volta de abril de 2017 – mesma época da filiação de Laerte e Erileide ao PSOL. Vale ressaltar que o casal foi expulso do partido em dezembro de 2020, após a descoberta de suas verdadeiras intenções e ações dentro da milícia.
O PSOL, em nota, afirmou que a expulsão ocorreu após as investigações indicarem a real atuação do casal. “Os fatos mostram que as milícias não possuem limites em sua atuação criminosa e contam, por muitas vezes, com o apoio de agentes do Estado”, declarou o partido, reforçando seu compromisso em buscar justiça para Marielle e Anderson.
Ainda na delação, o ex-agente do BOPE mencionou que Laerte pode ter exagerado ou inventado informações para impressionar os irmãos Brazão. A PF ponderou que isso pode ter levado a uma reação desproporcional contra Marielle e seu assessor após a vereadora se opor a um projeto de lei de Chiquinho Brazão na Câmara do Rio.
O projeto de lei 174, de maio de 2017, visava a flexibilização de regras de regularização fundiária na Zona Oeste, afetando diretamente áreas de interesse da família Brazão. Toda a bancada do PSOL votou contra, e Chiquinho mostrou irritação incomum após a votação. O projeto foi posteriormente vetado pelo prefeito Marcelo Crivella e julgado inconstitucional.
Prisão de Laerte
Laerte foi preso em 2019 na Operação Intocáveis, um desdobramento das investigações do caso Marielle. Ele foi solto em liberdade condicional em 2020, mas voltou a ser preso no final de 2023 em uma ação do Ministério Público contra a milícia de Rio das Pedras.
A denúncia do Ministério Público indicou que o acusado usava um endereço na Estrada de Jacarepaguá como “escritório” da organização criminosa, onde realizava as operações de agiotagem e recolhimento de taxas.
Com informações do Metrópole Diário do Centro do Mundo
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