Conforme a projeção da consultoria Bright Consulting, mais de mil veículos novos foram afetados pela enchente no Rio Grande do Sul, além de mais de 200 mil carros seminovos e usados, que estavam tanto em circulação quanto estacionados.
As imagens da tragédia mostram carros boiando ou destruídos, e é curioso observar que muitos deles têm sido encontrados com o porta-malas aberto – uma cena comum em outras catástrofes semelhantes ao redor do mundo e em diferentes momentos.
Há várias explicações para esse fenômeno. A maioria dos casos envolve ações criminosas que se proliferaram durante esse período no estado. Apesar das autoridades terem destacado profissionais para lidar com essa ameaça e de proprietários e civis estarem envolvidos em patrulhas, os furtos de bens alagados, incluindo veículos e seus pertences, continuam ocorrendo diariamente.
Mesmo em áreas de grande movimentação e em climas normais, o conteúdo do porta-malas costuma ser visado. Embora molhados, alguns itens como pneu reserva, macaco e chave de roda ainda têm valor no mercado, pois não costumam ficar inutilizáveis, pelo menos a curto prazo.
“Via de regra, a abertura do porta-malas de carros alagados acontece intencionalmente, o que tem mais é ação de marginais”, diz Erwin Franieck, diretor-presidente da SAE4Mobility, instituto de ciência, tecnologia e inovação da mobilidade brasileira, ao UOL.
Além das ações criminosas, há também o esforço dos proprietários e de outras pessoas para salvar o que for possível.
Outro aspecto relevante é que, segundo a empresa de leilões de veículos Copart, após o resgate de um carro alagado, o porta-malas é frequentemente deixado aberto para facilitar a secagem do veículo após a lavagem, o que pode ajudar a minimizar o mau cheiro causado pela umidade.
Vale destacar ainda que carros mais antigos podem ter abertura manual do porta-malas, enquanto os modelos mais recentes costumam vir equipados com travas elétricas, uma tecnologia amplamente difundida nas últimas décadas. Essas travas, quando em contato com a água energizada, podem ser acionadas involuntariamente, abrindo o compartimento de bagagens, conforme Franieck esclarece.
“Em caso de bateria descarregada ou curto-circuito, o porta-malas deve permanecer fechado. Porém, fios de eletricidade de postes, que acabaram sendo submersos, podem gerar uma descarga elétrica que pode ter afetado as travas elétricas através da água, abrindo o porta malas e, eventualmente, outras portas do veículos”, analisou.
Com informações do Metrópole Diário do Centro do Mundo
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