Caso está inserido entre os “mais sensíveis” que o procurador-geral da República busca centralizar
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai se dedicar pessoalmente a analisar o episódio em que Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias no interior da embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal no âmbito das investigações do planejamento de um suposto golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso foi revelado pelo jornal The New York Times.
Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, membros da PGR apontam que “o caso se enquadra naqueles considerados ‘mais sensíveis’ que Gonet busca centralizar. Gonet também optou por aguardar a explicação da defesa de Bolsonaro, dentro do prazo de 48 horas estipulado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, antes de se pronunciar sobre a possibilidade de uma eventual prisão preventiva, conforme solicitado por parlamentares aliados ao governo.
O prazo expira nesta quarta-feira (27). Dada a proximidade do feriado, a PGR deverá iniciar os procedimentos relacionados ao caso apenas na próxima segunda-feira (1). O episódio envolvendo a estadia de Bolsonaro na embaixada húngara foi recebido com certo estranhamento por membros do alto escalão do Ministério Público Federal (MPF). Apesar disso, há quem interprete esse refúgio como um gesto político.
Saiba mais – O jornal norte-americano The New York Times revelou que Jair Bolsonaro (PL) buscou refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil durante o Carnaval, temendo ser preso em decorrência das investigações que pesam contra ele, desde tentar um golpe de Estado até falsificar certificados de vacinação. Bolsonaro teve seu passaporte confiscado pela Polícia Federal em 8 de fevereiro, no âmbito das investigações sobre uma trama golpista. Quatro dias depois, na noite de 12 de fevereiro, Bolsonaro foi filmado entrando na Embaixada da Hungria, onde permaneceu até o dia 14.
Bolsonaro esteve na companhia de seguranças e foi recebido pelo embaixador húngaro e sua equipe. A estadia de Bolsonaro na embaixada sugere uma tentativa de utilizar sua conexão com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um líder de extrema direita, como um meio de escapar da Justiça. Uma vez na embaixada, o ex-mandatário não poderia ser preso pelas autoridades brasileiras. A proximidade entre Bolsonaro e Orban tem sido evidente ao longo dos anos.
Com informações do Brasil 247
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