Por Paulo Motoryn
O advogado Frederick Wassef visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro nos palácios presidenciais 16 vezes no período em que escondia Fabrício Queiroz, ex-assessor da família presidencial, em sua própria casa, em Atibaia, no interior de São Paulo.
Os encontros ocorreram no Palácio do Planalto (13 vezes) e no Palácio da Alvorada (3 vezes), de outubro de 2019 a junho de 2020, mês em que Queiroz foi localizado e preso pela Polícia Federal na casa de Wassef.
Depois da repercussão da prisão, o advogado interrompeu, por cerca de um ano e meio, as visitas que fazia ao então presidente em Brasília. Wassef só voltou ao Planalto em novembro de 2021 e entrou no prédio que abriga o escritório presidencial outras 11 oportunidades. No total, o advogado esteve 27 vezes nos palácios presidenciais no governo Bolsonaro.
Os registros das visitas estavam sob sigilo imposto pelo Gabinete de Segurança Institucional (SGI) de Bolsonaro em julho de 2020, mas foram divulgadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nessa semana por meio da Lei de Acesso à Informação.
As informações mostram a relação próxima entre Wassef e Bolsonaro durante o período em que Queiroz foi escondido pelo advogado. Dois dias após a prisão, Wassef deu uma entrevista afirmando que o presidente e seu filho, Flávio Bolsonaro, não sabiam onde estava Queiroz. À Polícia Civil, um dos caseiros que estava na residência afirmou que Queiroz morava no local há cerca de um ano.
“O senador Flávio Bolsonaro não sabia disso. O presidente da República não sabia disso. Eles jamais tiveram ciência desde o que aconteceu agora. Jamais o Flávio ou o próprio presidente tiveram qualquer contato com o Fabrício Queiroz desde dezembro de 2018 até a presente data, e tudo isso são especulações”, afirmou à GloboNews.
Quando questionado sobre as razões para Fabrício Queiroz estar em sua propriedade, Wassef disse: “Daqui a poucos dias, talvez já essa semana, eu vou poder contar”. Mais de dois anos depois, o caso segue sem explicação.
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Policial militar aposentado, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta bancária de maneira considerada “atípica”, segundo relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o que deu início às investigações. O caso envolve um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente.
Leia os registros das visitas de Wassef a Jair Bolsonaro:
Outro lado
Como o agora ex-presidente Jar Bolsonaro não tem assessoria de imprensa constituída, não foi possível entrar em contato com sua equipe para buscar um posicionamento para a elaboração desta reportagem. O espaço, porém, segue aberto para manifestações, e o texto poderá ser atualizado.
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