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Parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram suas redes sociais nessa terça-feira (21) para denunciar a perseguição do Ministério Público Federal (MPF) ao jornalista e fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald. O procurador Wellington Oliveira denunciou Glenn Greenwald – embora ele não seja investigado – na Operação Spoofing por 176 invasões de dispositivo informático e associação criminosa. De acordo com o MPF, o jornalista auxiliou e orientou hackers durante o período das invasões.

>> Nota do PT: Denúncia contra Greenwald é ataque à democracia

A presidenta do PT Nacional, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o Ministério Público usa do poder para se vingar de Glenn Greenwald. “MP abusa do poder para se vingar de Glenn Greenwald, que denunciou crimes da Lava Jato e parcialidade do então juiz Sérgio Moro contra Lula. Querem estado policial, com mais farsas, ilegalidades e arbitrariedades. PT solidário com Glenn, em defesa da liberdade de imprensa”, enfatizou.

Para o futuro líder da Bancada do PT a partir do mês de fevereiro, deputado Enio Verri (PR), a denúncia é mais uma supressão da democracia. “O MPF denuncia o jornalista Glenn Greenwald por crimes cibernéticos. Porém, Glenn nem sequer indiciado foi e nunca se provou sua ligação com supostos hackers. A denúncia é mais um triste capítulo da supressão da democracia, com o cerceamento da liberdade de imprensa”, lamentou.

“Moro e Bolsonaro usam o MPF para perseguir Glenn Greenwald, o jornalista que está expondo erros da Lava Jato”, denuncia o deputado Henrique Fontana (PT-RS). A deputada Margarida Salomão (PT-MG) se solidariza com o jornalista. “Como era esperado, o lawfare alcançou Glenn Greenwald. Em tempo: procurador do MP que, contrariando a Polícia Federal, decidiu denunciar Glenn fez o mesmo com Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, por suposta calúnia contra Sergio Moro. A Glenn, nosso abraço e apoio”, enfatizou.

Perseguição

“Urgente. Em ato de perseguição, MPF denuncia Glenn Greenwald e mais 6 por “invasão de celulares de autoridades”. Trata-se de uma absurda tentativa de intimidação do trabalho jornalístico do The Intercept Brasil, que revelou ao Brasil e ao mundo os crimes da Lava Jato”, denunciou a deputada Erika Kokay (PT-DF) em seu twitter.

Para o deputado Alencar Santana (PT-SP) a denúncia tem o intuito de coagir as revelações feitas pela Vaza Jato. “Perseguição Escancarada. MPF denuncia Glenn e mais seis investigados com o intuito de coagir o trabalho feito pelo The Intercept que desmascarou a farsa da Lava Jato e do ex-juizeco Moro”. Já para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) a denúncia coloca em evidencia a partidarização de alguns setores do MP. “A denúncia contra Glenn Greenwald demonstra a partidarização de setores do Ministério Público que estão a serviço de Sérgio Moro e de Deltan Dallagnol”.

“Quando o MPF vai indiciar os promotores da Lava Jato por uso político da instituição pública? Isso é um recibo de perseguição política contra a imprensa”, indaga o deputado Valmir Assunção (PT-BA).

Denunciados

Além de Greenwald, foram denunciados os seis membros do grupo hacker composto por Walter Delgatti Neto (o Vermelho), Danilo Marques, Luiz Molição e Tiago Elieser, Suelen Priscila e Gustavo Santos.

Como explica o MPF, o jornalista não era alvo das investigações. “Glenn Greenwald também foi denunciado, embora não investigado nem indiciado”. “Para o MPF, ficou comprovado que ele auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões”, afirma o órgão.

O Ministério Público pede a condenação dos acusados visto que foram comprovadas 126 interceptações telefônicas, telemáticas ou de informática e 176 invasões de dispositivos informáticos de terceiros, resultando na obtenção de informações sigilosas. Com exceção de Glenn, todos os outros denunciados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro.

OAB

Também foi o procurador do MPF Wellington Oliveira que denunciou, no dia 19 de dezembro, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, sob a acusação de ter caluniado o ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Em julho, Santa Cruz disse, em entrevista à colunista do jornal Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, que o ministro “banca o chefe da quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”.

Lorena Vale com Revista Fórum

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