Ao Estado de Minas, Samuel Viana, deputado federal eleito, afirmou que só apoia uma intervenção nas eleições caso fique comprovado que houve fraude nas urnas
Samuel Viana (PL-MG), deputado federal eleito no pleito deste ano, afirmou ao Estado de Minas que não considera democrático o pedido de intervenção militar, principal pauta das manifestações bolsonaristas feitas às portas de quartéis em rodovias de todo o Brasil. No entanto, pontuou que apoiaria a intervenção caso ficasse comprovado que houve fraude nas urnas usadas no primeiro e segundo turno das eleições.
“Eu acredito que o pedido de intervenção militar não é um pedido democrático. Democracia é o voto, é o que a gente tem de representatividade. Se tiver uma fraude de urnas comprovada, tudo bem. Mas eu acredito que não haja. Não acho que pedir intervenção militar é algo democrático. Prefiro olhar para dentro, ver onde nós erramos, para corrigir os excessos, porque nós temos outros dois milhões e meio de votos a mais que não escolheram o formato de governo pelo qual nós optamos”, afirmou.
O congressista, que apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais, ressaltou também que não concorda com os protestos que bloqueiam estradas e rodovias. Para Viana, é preciso que os manifestantes respeitem os direitos de todos, inclusive de quem não participa do movimento.
“O nosso direito de manifestar é um direito fundamental, previsto na Constituição. Ele termina quando começa o direito de outrem. Então, eu não concordo com bloqueios em avenidas, em rodovias, atrapalhando, digamos assim, o direito de um terceiro. E não acho que essa seja a ferramenta correta”, disse.
O deputado eleito ainda sugeriu que as pessoas que estão protestando em frente aos quartéis passem a cobrar do Senado uma resposta para o que ele considera como ativismo e abuso do Poder Judiciário. Samuel afirmou que considera que os tribunais superiores têm “agido com excessos” e que a única forma de solucionar essa situação passa pela Casa Alta do Congresso Nacional.
“O problema para mim não é a urna, até que se prove o contrário. Mas eu acredito que a gente tenha observado alguns excessos. Porém, esses excessos, para a gente dar o remédio correto naquilo que a gente quer curar, ele não passa na frente dos quartéis. Ele passa pela Constituição, pelo Senado Federal. Então, o meu entendimento hoje é de que o ativismo judicial precisa ser contido com novas regras constitucionais. A Constituição não fala muito bem sobre isso. Então o parlamento vai ter que começar a discutir isso no próximo mandato”, argumentou.
As pessoas que estão legitimamente nas ruas, sem parar estradas, se elas focassem esse trabalho aos senadores, que são 81, eu acredito que o Senado tinha que dar uma resposta e isso inclui, inclusive, o meu pai, que é senador”, completou o congressista, que é filho do senador Carlos Viana (PL-MG), que concorreu ao governo de Minas Gerais nestas eleições.
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