Prévia da inflação oficial do país ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,28%, com intervalo de 0,18% a 0,33%
Dados do IBGE refletem a consolidação de uma tendência de queda da inflação no país
Em setembro, a prévia da inflação oficial do país ficou em 0,13%, abaixo da taxa de 0,19% registrada em agosto, e também dos 0,35% apurados em setembro do ano passado, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quarta-feira (25) pelo IBGE. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa está em 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O IPCA-15 em setembro ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,28%, conforme a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,18% a 0,33%.
Além disso, o resultado de setembro reforça a tendência de queda dos últimos meses. Em agosto, o índice já havia desacelerado para 0,19%, após marcar 0,30% em julho.
Esse cenário também expõe o equívoco do Banco Central em retomar o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic), com o argumento de que a inflação corre o risco de sair do controle.
Grupos
Em setembro, a maior variação (0,50%) e o maior impacto (0,08 ponto percentual) vieram do grupo Habitação.
Em Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de -0,42% em agosto para 0,84% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a partir de 1º de setembro. Além disso, houve reajustes com redução de 2,75% em Belém (-2,52%), a partir de 7 de agosto; e reajuste médio de 0,06% em uma das concessionárias de Porto Alegre (2,81%), a partir de 19 de agosto.
Ainda em Habitação, destaque para a alta da taxa de água e esgoto (0,38%) após reajustes tarifários de redução média de 0,61% em São Paulo (-0,15%), a partir de 23 de julho; de 5,81% em Salvador (3,02%), a partir de 1º de agosto; e de 8,05% em Fortaleza (5,23%), a partir de 5 de agosto.
Outro destaque é o resultado do subitem gás encanado (0,19%), após reajuste de 2,77% no Rio de Janeiro (1,43%), a partir de 1º de agosto; e da mudança na estrutura das faixas de consumo nas faturas em Curitiba (-2,01%), também a partir de 1° de agosto.
Alimentação e bebidas
O grupamento de Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso no índice, registrou aumento de 0,05%, após dois meses de queda nos preços. A alimentação no domicílio teve variação de -0,01%, após recuar 1,30% no mês anterior. Contribuíram a queda o recuo nos preços da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%). No lado das altas, destacam-se o mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).
Também teve alta nos preços a alimentação fora do domicílio (0,22%), com desaceleração em relação ao mês de agosto (0,49%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 0,76% em agosto para 0,20% em setembro) e da refeição (0,37% em agosto para 0,22% em setembro).
Os outros três grupos que registraram altas no IPCA-15 de setembro foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), Artigos de residência (0,17%), Vestuário (0,12%), Educação (0,05%) e Comunicação (0,07%).
Apenas Despesas Pessoais (-0,04%) e Transportes (-0,08%) apresentaram queda. Neste último, com impacto de -0,02 p.p., o resultado foi influenciado pela gasolina (-0,66% e -0,03 p.p.). Em relação aos demais combustíveis (-0,64%), o etanol (-1,22%) também recuou, enquanto o gás veicular (2,94%) e o óleo diesel (0,18%) apresentaram altas. As passagens aéreas registraram aumento nos preços (4,51% e 0,03 p.p).
Na análise regional, sete áreas de abrangência do IPCA-15 tiveram alta em setembro. A maior variação foi em Salvador (0,35%), impactada pelas altas da gasolina (2,17%) e do gás de botijão (3,04%). Já o menor resultado foi em Recife (-0,37%), com influência das quedas nos preços da gasolina (-4,51%) e da cebola (-31,80%).
Com informações do PT Org
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