Jair Bolsonaro voltou a atacar o cacique Raoni Metuktire, indicado ao Prêmio Nobel da Paz e uma das principais lideranças indígenas brasileiras, que já havia sido criticado por ele em discurso na ONU. Na saída do Palácio do Alvorada, na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro disse que Raoni merece respeito como “cidadão”, mas “não fala pelo índios”
Jair Bolsonaro voltou a atacar o cacique Raoni na manhã desta quinta-feira (26). Na saída do Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que Raoni merece respeito como “cidadão”, mas “não fala pelo índios”. Raoni Metuktire, indicado ao Prêmio Nobel da Paz e uma das principais lideranças indígenas brasileiras, foi atacado por Bolsonaro na terça-feira em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Levei uma índia lá (para a Assembleia Geral da ONU), a Ysani Kalapalo, não existe mais o monopólio do Raoni. Raoni fala outra língua. Não fala a nossa língua. É uma pessoa que está com uma certa idade avançada, vamos respeitá-lo como cidadão. Mas ele não fala pelos índios. Cada tribo tem um cacique”, disse Bolsonaro na saída do Palácio do Alvorada.
Ysani Kalapalo, que é duramente criticada pelas principais lideranças indígenas por defender a exploração econômica dos territórios demarcados, integrou a comitiva que acompanhou Bolsonaro aos EUA.
Bolsonaro também fez menção a uma carta feita por agricultores indígenas e que foi lida por ele na ONU ao afirmar que o documento “não teve destaque na mídia”. “A carta que eu li é muito importante e não foi dado o destaque na mídia. É uma carta dos índios produtores rurais. Eles querem sair da escravidão, esmola de ONG, Bolsa Família e cesta básica”, disse.
Nesta quarta-feira (25), durante um evento na Câmara, o cacique Raoni pediu a saída de Bolsonaro do poder, “para o bem de todos”. “Bolsonaro falou que não sou uma liderança, mas ele que não é líder e tem que sair. Antes que algo muito ruim aconteça, ele tem que sair. Para o bem todos”, afirmou na ocasião.