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Três criminosos presos em flagrante atuavam em áreas distantes umas das outras, o que indica ação organizada, com voz de comando

(Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Os incêndios em áreas rurais de Estados do Centro-Oeste e, sobretudo, de São Paulo, no Sudeste, podem efetivamente ser fruto de ação criminosa. Pelo menos três prisões foram feitas neste fim de semana – duas em São Paulo e uma em Goiás.

A polícia, no entanto, não divulgou se os criminosos presos em flagrante confessaram as razões dessa ação, que tem matado animais silvestres e espalhado fumaça que provoca filas em hospitais por problemas respiratórios, sobretudo de crianças.

Seriam fazendeiros? No caso de Goiás, 50 proprietários participam da força-tarefa para combater o fogo. As queimadas não interessam do ponto de vista econômico a quem pratica agricultura mecanizada.

Vídeos que circulam na internet mostram funcionários de uma usina de cana ateando fogo em plantação de cana. A imagem é impactante, mas, em geral, todas elas são autorizadas por órgãos ambientais. 

É a chamada queima controlada, que elimina a palha para, num momento posterior, colher a cana. Hoje, as plantações mecanizadas não necessitam dessa prática, antiga e rudimentar.  

Há um estudo publicado pela Embrapa que fala sobre os impactos da substituição da queima pelo uso de máquinas. O estudo já tem mais de dez anos. 

O site do Ibama publica informações sobre essas queimas. Diz o site:

“Queima controlada é o uso planejado, monitorado e controlado do fogo, realizado para fins agrossilvipastoris em áreas determinadas e sob condições específicas. A técnica é uma prática tradicional em muitas partes do Brasil, mas que deve ser utilizada de maneira segura para que não se torne um incêndio florestal. Interessados em executar queima controlada deverão solicitar autorização ao órgão estadual de meio ambiente, já as propriedades dentro de áreas de conservação, para o ICMBio.”

Se aos proprietários de grandes áreas rurais não interessa economicamente o fogo, resta a suspeita, levantada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de que seja uma ação organizada pela extrema direita. Nesse caso, afastada a hipótese de que os proprietários rurais não estejam agindo militantes extremistas, pois, às vezes, as duas condições se misturam. 

“Há uma semana, vi lideranças da extrema direita espalhando que o Brasil iria ‘pegar fogo’. Coincidência? Tenho minhas dúvidas”, disse, em postagem na rede X.

E o que a extrema direita ganharia colocando fogo no Brasil? Desgastar o governo Lula e reabilitar Jair Bolsonaro, em cujo governo as queimadas no Brasil aumentaram, sobretudo em áreas de preservação permanente. 

Essa hipótese representa uma reedição dos atos terroristas de 8 de janeiro. É importante, por isso, aprofundar as investigações.

O homem preso em Goiás teria sido o responsável pelo fogo que atingiu 700 hectares de fazendas em Goiás. Ele não teve a identidade divulgada. Foi preso quando os policiais o encontraram ateando fogo em um pasto de uma propriedade rural durante patrulhamento na BR-158, em Bom Jardim de Goiás. 

De acordo com a Polícia Militar, o incêndio foi criminoso e ocorreu nas regiões das cidades de Caiapônia, Piranhas, Bom Jardim de Goiás e outras. O batalhão rural ainda disse que, segundo relato de fazendeiros da região, vários animais foram queimados pelo fogo.

O suspeito deve responder pelo crime previsto no artigo 250 do Código Penal Brasileiro, que fala sobre “causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física, ou ao patrimônio de outrem”. Ele foi encaminhado ao presídio de Aragarças.

Em São Paulo, um suspeito foi preso na região de São José do Rio Preto (SP) no sábado (24) e outro foi detido neste domingo (25) em Batatais (SP). A distância entre as duas cidades é de cerca de 230 quilômetros. Teria sido coincidência que os dois, com a diferença de poucas horas, ateassem fogo em áreas rurais?

Parece, efetivamente, ação organizada. Que haja investigação séria.

Com informações do Brasil 247

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