Presidente do Partido dos Trabalhadores diz que Jair Bolsonaro deve explicações sobre o superfaturamento na compra da Covaxin
“Bolsonaro tem muita explicação a dar sobre a Covaxin, não adianta dar chilique e sair atacando todo mundo. A citação de Ricardo Barros, líder do governo, é grave e saiu da boca do próprio presidente. Além de genocida, corrupto”, escreveu a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), em seu twitter. Saiba mais sobre o caso:
Por Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito (Reuters) – Na conversa que tiveram com o presidente Jair Bolsonaro para relatar irregularidades identificadas em processo de importação para uso emergencial no país da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin, os irmãos Miranda ouviram do presidente avaliação que o caso era “grave” e poderia ter o envolvimento de um parlamentar.
A afirmação foi relatada pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nesta sexta-feira, reunião marcada por interrupções, bate-bocas e clima bastante tenso entre os senadores. O parlamentar chegou ao Congresso para o depoimento vestindo um colete à prova de balas.
“Eu levei para a pessoa certa, na minha opinião, que deveria dar o devido provimento ao assunto, que é o presidente da República”, disse o deputado à CPI.
“O presidente entendeu a gravidade. Olhando os meus olhos, ele falou: ‘Isso é grave!’ Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome pra mim, dizendo: ‘Isso é coisa de fulano’. Não me recordo. E falou: ‘Vou acionar o DG (diretor geral) da Polícia Federal, porque, de fato, Luís, isso é muito grave, isso que está ocorrendo'”, relatou Luís Miranda.
Mais tarde, questionado por muitos senadores, e após responder repetidas vezes que não se lembrava, Luís Miranda admitiu que o nome a que Bolsonaro se referia era o do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Miranda chegou a se emocionar e manifestou sua preocupação com eventuais consequências por revelar o nome.
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Em seu perfil do Twitter, Barros negou ter participado de qualquer negociação em relação à compra da Covaxin.
“‘Não sou esse parlamentar citado’. A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos”, publicou o líder, referindo-se a servidora que atua como fiscal do contrato envolvendo o imunizante indiano.
O deputado decidiu procurar o presidente a partir de relato do irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, responsável por setor de importação da pasta, que teria identificado irregularidades no processo.
Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e um protesto contra Jair Bolsonaro (Foto: ABr | Midia Ninja)
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