No último domingo (25), durante um ato na Avenida Paulista, São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo por anistia aos condenados pelos ataques terroristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, ocorridos em 8 de janeiro, os quais ele classificou como “pobres coitados”.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento de mais 15 réus relacionados aos atos golpistas, alcançando um total de 101 condenações.
Entre as provas apresentadas, destacam-se vídeos gravados pelos próprios envolvidos, contendo declarações como “tomamos todos os Poderes”, “tudo invadido” e “nós vencemos”. Além disso, foram utilizadas informações de geolocalização de seus celulares e análises de material genético.
As penas ainda serão definidas, mas a expectativa é que variem entre 11 anos e meio e 16 anos e meio, sendo seis meses a menos do que a proposta inicial do relator, Alexandre de Moraes, conforme informações do jornal O Globo.
Todos os 15 réus foram condenados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa armada. Treze deles também foram considerados culpados por dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Confira abaixo as informações sobre as acusações e as alegações das defesas referentes aos réus envolvidos nos atos terroristas de 8 de janeiro:
Ana Cláudia Rodrigues de Assunção
- Provável pena: 16 anos e meio
- Gravou vídeo no Senado afirmando afirmando “nós vencemos”, “a vitória é nossa” e “a nossa bandeira jamais será vermelha”. Defesa: Alegou que passou maior parte do tempo orando e observando.
Edson Carlos Campanha
- Provável pena: 16 anos e meio
- Gravou vídeo no Congresso dizendo que “o povo invadiu, o povo fez sua parte” e que passou “mais de 60 dias indo às manifestações, cobrando resultados”. Defesa: Apresentou acusações superficiais genéricas.
Ivair Tiago de Almeida
- Provável pena: 16 anos e meio
- Vídeo gravado menciona tomada do poder: “O STF acabou de acabar” e “tomamos todos os Poderes”. Defesa: Não cogitou abolição ou golpe de Estado.
Janailson Alves da Silva
- Provável pena: 11 anos e meio
- Preso antes da Praça dos Três Poderes por ameaças. Manifestantes relataram à polícia que ele havia dito que iria “quebrar tudo”. Defesa: Não buscava abolição do Estado Democrático ou golpe de Estado.
João de Oliveira Antunes Neto
- Provável pena: 11 anos e meio
- Ao ser preso, declarou que “pretendia ir ao STF e entrar no local”. Defesa: Ausência de descrição de violência ou grave ameaça.
Joel Borges Corrêa
- Provável pena: 13 anos e meio
- Fez vídeo em que uma voz masculina afirma “vamos invadir tudo” e “a vitória é nossa”. Defesa: Não há filmagem do acusado depredando bem público.
Jucilene Costa do Nascimento
- Provável pena: 13 anos e meio
- Gravou vídeo dizendo “tomamos os Três Poderes”, “luta não foi em vão”, “quem achou que estávamos brincando mais de 70 dias, se enganou” e “tem que trazer todo o acampamento para aqui até resolver”.. Defesa: Manifestação pacífica e ordeira em prol da democracia.
Marcos Roberto Barreto
- Provável pena: 13 anos e meio
- Vídeo no Quartel-General menciona última cartada: “Se não der certo, o comunismo vai acabar com a nossa família, com nosso Brasil”. Defesa: Demonstração de atenção aos atos de gestão do governo eleito.
Maria Carlos Apelfeller
- Provável pena: 13 anos e meio
- Envolvimento evidenciado por áudio. Defesa: Jamais objetivou depor o governo.
Nilvana Monteiro Furlanetti Ferreira Neto
- Provável pena: 13 anos e meio
- Mantinha mídias indicando possibilidade de violência. Defesa: Não pediu intervenção militar ou queda do presidente.
Patrícia dos Santos Salles Pereira
- Provável pena: 16 anos e meio
- Gravou vídeo dentro do Senado afirmando “nós estamos aqui tomando o que é nosso” e que “o nosso país não vai ser comunista”. Defesa: Manifestação pacífica em prol da democracia.
Simone Aparecida Tosato Dias
- Provável pena: 13 anos
- Vídeo no Planalto mostra confronto com a polícia. Defesa: Manifestação pacífica em prol da democracia.
Valmirando Rodrigues Pereira
- Provável pena: 13 anos e meio
- Ao ser preso, afirmou que “queria que as Forças Armadas decretassem a GLO e assumissem o poder”. Defesa: Ausência de qualquer prova nos autos.
Viviane de Jesus Camara
- Provável pena: 13 anos e meio
- Fez vídeo dentro do Planalto dizendo que estava “tudo invadido, meu povo, tá aí o resultado de quase 70 dias nas ruas, olha aí que coisa linda”. Defesa: Esperava por manifestação pacífica em Brasília.
Viviane dos Santos
- Provável pena: 13 anos e meio
- Integrava “grupo que buscava golpe de Estado”. Defesa: Apenas se manifestar pacificamente
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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