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Nota do Itamaraty diz que o governo brasileiro considera “inaceitável” o desrespeito às condições acordadas na repatriação

Em nota publicada neste domingo (26/1), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) afirma que o uso indiscriminado de algemas e correntes em brasileiros deportados viola os termos de acordo com os Estados Unidos. O MRE vai pedir esclarecimentos ao governo norte-americano.

O Itamaraty afirma, ainda, que o Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção estadunidenses, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso.

O acordo, porém, prevê o “tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”. “O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”, diz a nota.

“O Ministério das Relações Exteriores vai encaminhar pedido de esclarecimento ao governo norte-americano e segue atento às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes”, prossegue o Itamaraty.Play Video

A decisão de deportar os brasileiros ocorreu durante a gestão de Joe Biden, mas eles são os primeiros a serem mandados de volta ao Brasil no atual governo Donald Trump. Há relatos de agressões por parte dos policiais norte-americanos que escoltaram o grupo até o Brasil. “Me enforcaram“, disse o vigilante Jeferson Maia, ao Metrópoles.

Durante o governo Biden, os brasileiros também já vieram algemados.

Entenda o que aconteceu:

  • Os brasileiros deportados no primeiro voo da era Trump chegaram algemados a Manaus e foram soltos por policiais federais brasileiros, por ordem do governo federal.
  • A aeronave do governo dos EUA pousaria na noite dessa sexta (24/1) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), mas o avião precisou pousar em Manaus para abastecer. Na capital amazonense, tripulantes perceberam problemas técnicos e cancelaram o voo seguinte.
  • Por ordem do presidente Lula, a FAB fez o transporte dos deportados do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM), ao Aeroporto de Confins.
  • Dos 158 passageiros de várias nacionalidades, 88 são brasileiros.
  • Para o Ministério da Justiça, houve “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.

Veja imagens dos brasileiros desembarcando acorrentados:

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