Foi preciso um desastre de grandes proporções para que o presidente Jair Bolsonaro mudasse seu discurso em relação ao meio ambiente, após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao todo, 9 pessoas morreram e quase 300 estão desaparecidas.
“Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente”, postou ele no Twitter.
Em novembro, depois de eleito presidente, Bolsonaro concedeu uma declaração que atenta duramente contra ambientalistas: “vocês, do meio ambiente, não sabem o que é produzir. Não sabem o quanto é difícil ser agricultor. O produtor rural é obrigado a se submeter aos caprichos de alguns fiscais. Me parece que 40% das multas vão pra ONG’s, não sei se é verdade. Se for, vocês sabem muito bem o que eu vou fazer. Não vai ter ativismo”, disse ele, ao comentar a indicação de Tereza Cristina para a Agricultura.
Conforme apontou a coluna Painel, em seu plano de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro citou a expressão “meio ambiente” somente uma vez, inserida no contexto de propostas para “a nova estrutura federal agropecuária”.