A História não costuma ser generosa com omissos e covardes.
O site oficial da OAB nacional, por exemplo, em notícia de 18 de janeiro, preferiu criminalizar as manifestações em defesa da democracia, ocorridas em Porto Alegre, a pleitear um julgamento justo ao ex-presidente da República.
O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, assim se expressou sobre o evento que estava prestes a acontecer na capital gaúcha: “é preciso rechaçar e impedir, de acordo com os mecanismos da lei, todas as ameaças de agressões ou depredação que alguns líderes prometem para o dia 24…” Foi um tiro n’água, pois os protestos foram pacíficos.
Voltemos à omissão da OAB.
Lula foi condenado em “votos combinados” entre os três desembargadores do TRF4, segundo juristas e o ex-juiz federal Flávio Dino, atual governador do Maranhão. Teve uma emissora de televisão, a Band News, que chegou a divulgar o resultado final do julgamento sem mesmo o primeiro voto tivesse sido lido no tribunal. Foi uma esculhambação geral na última quarta (24).
Mas a OAB não diz nada.
A OAB apoiou a deposição da presidenta eleita Dilma Rousseff em 2016. A posição golpista do Conselho Federal e da maioria das seccionais gerou protestos de advogados em todo o país, que viram similaridade com 1964 — quando a Ordem também apoiou a ditadura militar até a edição do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.
Dito isto, o julgamento de Lula foi a continuidade do golpe em curso, qual seja, tirar o petista da disputa eleitoral deste ano.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, apontou em vídeo as falhas da acusação política. Confira: