Ideia da Abin é “ser o mais inteligente possível”, afirma
O futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, deu entrevista ao Estadão:
O sr. vai manter o atual diretor da Abin no cargo?
Essa decisão não está tomada, mas tudo se encaminha para manter o Janer. Não tenho razão para retirá-lo, mas ainda não consegui ir à Abin, nem conversei com ele. Pretendo manter a estrutura atual. É o mais certo.
Qual será o modelo de inteligência da Abin do governo Jair Bolsonaro?
A ideia é ser o mais inteligente possível (risos). É uma assessoria muito importante para o presidente e para todos os membros do governo. O principal cliente da Abin é o presidente. Mas a Abin trabalha em melhor proveito do Estado, não é do governo. O objetivo é buscar o máximo de eficiência, a maior integração possível entre os diferentes integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência, criar um clima de absoluta confiança com os demais órgãos. A Abin tem um papel bastante relevante e definido dentro do Estado brasileiro. Existe uma política de inteligência que dá as normas e princípios de forma didática, servindo de orientação para todas as atividades.
A Abin vai bisbilhotar a vida dos opositores?
De jeito nenhum. A Abin é um órgão do sistema brasileiro de inteligência. Inteligência não é bisbilhotar a vida de ninguém. Inteligência é fundamental em todos os governos do planeta e trabalha em cima de estudos, análises, coleta de informações. São coisas científicas. Não tem nada a ver com bisbilhotar a vida de ninguém. A Abin não faz isso, não fará nada fora da lei. Existem limites legais muito bem definidos e ela vai se ater a isso. (…)
O fato de o governo Jair Bolsonaro ter um grande número de militares significa que a Abin pode voltar a retomar o antigo Serviço Nacional de Inteligência (SNI) dos governos militares?
Isso é uma bobagem. Um absurdo dizer isso. Não há ideia de resgatar nada. A ideia é de partir para um Brasil novo. Não estamos olhando para o retrovisor. Estamos olhando para a frente.
A Polícia Federal fez na sexta-feira passada buscas na casa do advogado Zanone Oliveira Júnior, defensor de Adélio Bispo de Oliveira, que cometeu atentado contra Bolsonaro. O GSI vai trabalhar nisso?
É uma investigação a cargo da PF. Confiamos plenamente que ela fará, como sempre, um ótimo trabalho.
A Abin pode ajudar a investigar quem cometeu atentado contra Bolsonaro?
Isso não é com a Abin. Isso é questão de investigação policial, a cargo da PF.
Há temor de novo atentado ao presidente eleito, seja na posse ou depois?
As informações sobre isso, o próprio general Sérgio Etchegoyen, atual ministro do GSI, já disse que existem informações que essa possibilidade (de atentado contra Bolsonaro) continua. Mas nós temos absoluta confiança no dispositivo de segurança que está sendo montado para a posse e depois. (…)
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