É inaceitável que o mundo inteiro esteja silenciando sobre isso. Por que tal barbárie não está saindo nos grandes oligopólios de imprensa? Aliás, nem se é noticiada nos grandes portais ditos de Esquerda? O mote “PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO PRETO”, não pode ser usado como mero palavreado vazio ou fetichista na mão de oportunistas de plantão. Voltemos nossa atenção pro mundo real e pro que nele acontece!
Contextualizando: seis anos após a desastrosa intervenção dos EUA sobre a Líbia (a mentirosa “Primavera Árabe”), o país é hoje literalmente um escoadouro de tráfico humano e escravidão: imigrantes africanos estão sendo vendidos como escravos na Líbia para o circuito das grandes empreiteiras (que realizam megaprojetos em regiões próximas), pro agrobussiness (que explora e saqueia o continente africano e região há pelo menos dois séculos), todos de origem Ocidental-Europeu, além de milicias/traficantes/mercenários e outros grupos que montaram redes de tráfico humano para promover a arriscada travessia entre o norte da África e o território europeu (Itália, Grécia e Mar Mediterrâneo), após o colapso do país líbio.
Recentemente, em Outubro, houve um acordo entre os governos da Itália e o que sobrou da Líbia, para fins de conter a imigração na Europa. Navios militares italianos que monitoram o Mediterrâneo, ao avistarem barcos com refugiados, acionam a Guarda Costeira líbia para que faça o resgate e levem os imigrantes de volta à Líbia. Caso a Marinha italiana faça o resgate, precisaria levar essas pessoas para o território italiano. Esse acordo custou cerca 236 milhões de dólares com o governo da Líbia para financiar e treinar a Guarda Costeira local.
O reforçado combate ao tráfico de pessoas reduziu de forma significativa a chegada de refugiados à Europa, mas criou um acúmulo de imigrantes na Líbia. Essa abundância de “mercadoria” é uma das explicações para o surgimento do mercado de escravos na Líbia.
Ao mesmo tempo, os centros de detenção de imigrantes ilegais na Líbia estão lotados, e a maioria das pessoas retidas nesses lugares aguarda a deportação em condições precárias, com acesso escasso a água e comida.
Fotos: Zambezi Reporters (portal de noticias da Zâmbia)
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