Em 2022, o Brasil testemunhou um aumento alarmante no número de pessoas afetadas por desastres relacionados às chuvas, atingindo o nível mais alto em uma década, de acordo com dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), mantido pela Defesa Civil Nacional.
Em 2022, um total de 890.188 pessoas no Brasil foram afetadas por desastres relacionados às chuvas, incluindo mortes, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados e desaparecidos.
Tais números representam um aumento de 150% em comparação com 2012, marcando o nível mais alto em uma década. Essas pessoas foram impactadas por um total de 2.576 registros de chuvas intensas, enxurradas, alagamentos, inundações e movimentos de massa, como deslizamentos de terra, indicando um aumento significativo de 402% em relação a 2012.
Uma chuva intensa, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), segue a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade) e é caracterizada por “acumulados significativos que causam múltiplos desastres”. Esse tipo de evento climático extremo tem se tornado cada vez mais frequente no Brasil.
O aumento na frequência desses eventos é um sinal evidente dos efeitos das mudanças climáticas, de acordo com o físico e professor da USP, Paulo Artaxo.
Relatórios do Painel Internacional para Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) previram esses eventos, que agora estão se concretizando em várias partes do mundo. O aumento nas concentrações de chuvas intensas é uma manifestação direta das mudanças climáticas globais.
Segundo estudiosos da área, um esforço global para reduzir as emissões de carbono é fundamental para conter o agravamento das mudanças climáticas – principal responsável pelos fenômenos. No entanto, no curto prazo, é crucial utilizar a ciência pré-desastre existente para implementar sistemas de alerta e preparar a população.
Neste sentido, no Brasil, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) desempenha um papel vital na emissão de alertas e no monitoramento das áreas de risco. A colaboração das comunidades e a confiança nos avisos são igualmente importantes. A população precisa estar treinada para responder a alertas e seguir protocolos de segurança.
Além disso, é necessário investir em infraestrutura de prevenção e resposta a desastres, bem como em pesquisas para entender melhor os padrões climáticos e as mudanças em andamento. Linhas de financiamento acessíveis e desburocratizadas também são fundamentais para viabilizar obras de infraestrutura.
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