youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais

Japoneses presos na Ilha Anchieta, em 1946. Foto: Noriyoshi Sakamot

A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania fará nesta quinta-feira (25) um pedido oficial de desculpas aos imigrantes japoneses, reconhecendo a perseguição sofrida por eles após a Segunda Guerra Mundial, durante os governos de Getulio Vargas (1937-1945) e Eurico Dutra (1946-1951).

A sessão para deliberar sobre o pedido de anistia política coletiva está agendada para as 14h, e há um consenso entre os conselheiros em apoiar o voto da relatora, Vanda Davi Fernandes de Oliveira, conforme informações do Globo.

O pedido foi protocolado em 2015 pelo cineasta Mário Jun Okuhara, junto à Associação Okinawa Kenjin do Brasil. Os autores do pedido relatam o confisco de bens e a expulsão de famílias do Brasil, destacando a prisão de 172 imigrantes no instituto correcional Ilha Anchieta, no litoral norte de São Paulo, entre 1946 e 1948, como um exemplo das “atrocidades cometidas”.

De acordo com os denunciantes, o grupo de imigrantes sofreu maus-tratos, tortura e discriminação racial, violências “alimentadas pela ideologia racista de combate ao ‘perigo amarelo’”.

Os presos eram suspeitos de integrar a Shindo-Renmei, uma seita ultranacionalista que se recusava a aceitar a derrota do Japão na guerra e que assassinava compatriotas que os contrariavam. O jornalista e escritor Fernando Morais, autor do livro “Corações Sujos”, adaptado para o cinema, estima que até 150 mil imigrantes eram filiados à seita.

“Quando o Brasil entrou na guerra, centenas de escolas japonesas fecharam, os imigrantes não podiam nem ter rádio. A maioria não falava português, então houve uma gigantesca fake news propagada por radicais fundamentalistas. O Estado brasileiro combateu esse grupo, e até obrigava suspeitos a pisarem na bandeira do Japão ou em retratos do imperador para provar que não eram da seita”, disse.

O navio Kasato Maru, primeiro a trazer imigrantes japoneses para o Brasil
O navio Kasato Maru, primeiro a trazer imigrantes japoneses para o Brasil — Foto: Acervo do Museu História da Imigração Japonesa-SP

Vale destacar que o pedido de desculpas foi negado em 2021, quando a comissão concluiu que as violências relatadas não tinham motivação política comprovada. No entanto, a nova composição do colegiado aceitou requerimentos de anistia coletiva e solicitou que os autores entrassem com recurso.

O dossiê apresentado inclui depoimentos de testemunhas ouvidas em 2013 na Comissão Estadual da Verdade e relatos colhidos por Okuhara no documentário “Yami no Ichinichi – O crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil”. Uma caravana de quase 100 pessoas foi a Brasília para o julgamento.

Eneá de Stutz e Almeida, presidente da comissão, declarou que a anistia não implicará em reparação econômica, nem será direcionada ao Estado japonês, que lutou junto à Alemanha e à Itália na guerra, enquanto o Brasil esteve ao lado dos Aliados.

“A anistia e o pedido de desculpas são direcionados às pessoas que, pela simples razão de serem japonesas ou descendentes, foram perseguidas pelo Estado”, afirmou

Além disso, Fernando Morais destacou que as injustiças no pós-guerra também afetaram as comunidades alemã e italiana. Stutz e Almeida espera que a decisão de hoje incentive a apresentação de pedidos de desculpas por outros grupos.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.

  • Sancionada a lei que cria a Semana de Conscientização da Lei Maria da Penha

    Sancionada a lei que cria a Semana de Conscientização da Lei Maria da Penha

    Foto: Carlos Gandra/Agência CLDF Proposta do deputado Ricardo Vale (PT) prevê programação de atividades educativas para enfrentamento à violência contra as mulheres Em mais um passo para fortalecer a luta contra a violência de gênero, foi sancionada nessa quinta-feira (21) a Lei que institui a Semana de Conscientização da Lei Maria da Penha no Distrito…


  • Câmara Legislativa debate integração de políticas afirmativas para enfrentar a violência contra a mulher

    Câmara Legislativa debate integração de políticas afirmativas para enfrentar a violência contra a mulher

    Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou sessão solene para debater os desdobramentos da Frente Parlamentar de Combate ao Feminicídio, especialmente o enfrentamento da violência doméstica e a integração de políticas afirmativas. Por iniciativa da deputada Doutora Jane (MDB), o evento reuniu representantes de vários setores, entre eles, das forças de…


  • Inscrições abertas para cursos gratuitos do Programa Reciclotech em Ceilândia

    Inscrições abertas para cursos gratuitos do Programa Reciclotech em Ceilândia

    O Programa Reciclotech, uma iniciativa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do GDF, em parceria com a ONG Programando o Futuro e a FAP-DF, está com inscrições abertas para diversos cursos gratuitos em Ceilândia.A ação faz parte de um projeto inovador que alia responsabilidade social e ambiental, oferecendo capacitação profissional em áreas de tecnologia…


Os comentários estão desativados.