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Para começo de conversa, o principal legado da Lava Jato, comandada e manipulada por Moro, foi a eleição de Bolsonaro. Tanto isso é verdade que Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública dessa barbárie.

Não dá para descolar nenhum desses personagens bandidos que formam o complexo do clã Bolsonaro, que vai de Adriano da Nóbrega a Queiroz, passando por Jair, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro sem que Moro não esteja dentro do mesmo balaio.

Todos sabem que o combinado era a cabeça do Lula em troca do super ministério do vigarista de Curitiba.

Então, já começa daí a piada pronta de Moro posar, de forma requentada, de herói do combate à corrupção. Ele, enquanto ministro, deu toda a proteção que o clã precisou. E não foi por acaso que, pouco mais de um mês depois de sua saída do governo, Queiroz foi encontrado.

A Vaza Jato do Intercept já havia desmascarado o sujeito, mostrando que Moro manipulava toda a operação Lava Jato através da Força-tarefa, tendo como mordomo de estimação, Deltan Dallagnol e, como suporte de suas picaretagens, Carlos Fernando dos Santos Lima e Januário Paludo.

Moro determinava como lidar com a mídia para criar factoides e pressionar testemunhas, mesmo que não tivesse prova alguma de crime contra quem ele quisesse indiciar e, como se viu no caso de Fernando Henrique Cardoso, protegia aliados, como fez sem o menor constrangimento.

Não dá para enumerar aqui todas as vigarices jurídicas que Moro praticou na operação que estraçalharam com a economia brasileira, produzindo milhões de desempregados.

O Intercept de um um tiro de canhão no cinismo do falso herói que não teve o mínimo pudor de usar a PF para tentar se vingar de todas as formas de Glenn Greenwald, virando a sua vida pelo avesso.

Se isso não é uma interferência criminosa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, não se sabe o que é.

É lógico que os crimes de Moro não abonam os de Bolsonaro. A tentativa de usar a PF para travar investigações contra o clã, coisa que Moro fez a balde, enquanto esteve no governo, inclusive, pressionando o coitado do porteiro, não tem graça comentar.

O fato é que, se a lei no Brasil realmente fosse para todos, esse picareta já estaria atrás das grades bem antes de Queiroz.

Detalhe: o governo do qual ele acusa o presidente de tentar interferir na PF, é o mesmo que aceitaria permanecer como ministro se Bolsonaro revogasse a exoneração de Maurício Valeixo, como escancarou em mensagens trocadas com a deputada Carla Zambelli (PSL).

O que se vê entre Bolsonaro e Moro é uma guerra de vigaristas que rachou o bando que tomou de assalto o poder. O resto, é conversa mole pra gado dormir.

Qualquer bandido no Brasil é mais inocente que Moro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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