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Da Redação

O juiz federal Sérgio Moro fez uma comparação bizarra com Lula, ao negar seu próprio afastamento do caso em que o ex-presidente é acusado de receber benefícios em um sítio de Atibaia.

O pedido foi feito pela defesa de Lula, alegando que Moro se deixou fotografar ao lado do candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes, João Dória, num evento em Nova York.

“Seria de fato melhor para qualquer juiz evitar fotos com quaisquer agentes políticos, independentemente de seu mérito, a fim de evitar interpretações equivocadas ou incidentes processuais infundados, mas, em eventos públicos ou sociais, fotografias podem ser tiradas”, escreveu Moro em despacho.

Ele também indicou fotos de Lula ao lado de Aécio Neves e Geddel Vieira Lima, argumentando que elas não significam que o ex-presidente se aliou a Aécio ou, no caso de Geddel, “são cúmplices na atividade criminal específica”, supostamente referindo-se às malas de dinheiro encontradas num apartamento em Salvador, atribuídas ao político baiano.

“Não entendemos a comparação. Lula é político, não juiz. Moro também é político e não juiz?”, escreveu no twitter o perfil do ex-presidente Lula.

Moro também alegou que o evento em Nova York no qual se deixou fotografar, da LIDE, não tinha ligação direta com o candidato tucano, afirmando que uma consulta ao site da entidade revela que o comitê gestor é encabeçado por Luiz Fernando Furlan, Roberto Giannetti da Fonseca e Gustavo Ene.

“Sério que ele escreveu que o LIDE não tem nada a ver com João Dória?”, rebateu o perfil de Lula no twitter.

A entidade de empresários, fundada por João Dória, foi o veículo que o lobista utilizou para chegar à carreira política.

Se Moro tem pretensões eletivas, deve repensar sua estratégia.

A mais recente pesquisa do instituto Ipsos, “escondida” pelo Estadão, mostra que ele continua perdendo apoio.

A desaprovação do juiz de Curitiba, em viés de alta, bateu em 50%. Era de 43% em janeiro deste ano.

Já a do ex-presidente Lula continua a recuar, conforme o parágrafo que o diário conservador paulistano enfiou no fundo do texto: “Na primeira pesquisa do Ipsos feita inteiramente após a prisão de Lula, a desaprovação ao petista aparece com tendência de queda: era de 57% em março, passou a 54% em abril e oscilou para 52% em maio. Já a aprovação, no mesmo período, foi de 41%, 42% e 45%, respectivamente”.

A aprovação de Moro, que era de 43% em janeiro, agora está em 40%.

Ao focar na desaprovação — Reprovação de presidenciáveis fica estável, diz Ipsos –, o Estadãoconseguiu esconder a notícia: mesmo preso, Lula tem a maior aprovação dentre os que pretendem disputar o Planalto em 2018, em viés de alta.